Metas da Embraer para 2011 desagradam e ações têm forte queda

São Paulo - As metas de resultados para 2011 apresentadas pela Embraer na noite de quinta-feira desagradaram analistas, que consideraram os números conservadores, motivando queda expressiva das ações da terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais nesta sexta-feira.

Ao apresentar seu lucro para o quarto trimestre e acumulado de 2010, a Embraer informou que espera receita de 5,60 bilhões de dólares no atual exercício, alta de cerca de 5 por cento sobre o ano passado.

"De maneira geral, estamos um pouco desapontados com a perspectiva inicial para 2011, que é mais fraca que o esperado", escreveu em relatório o analista Noah Poponak, do Goldman Sachs.

Às 13h22, as ações da Embraer na bolsa paulista recuavam 4,2 por cento, para 13,51 reais, com a maior desvalorização dentro do Ibovespa, que subia 0,78 por cento. Em Nova York, os recibos de ações da empresa brasileira cediam 5,4 por cento, a 33,16 dólares.

A Embraer vinha tendo desde o início de 2011 desempenho bastante superior ao do mercado acionário como um todo, com analistas otimistas com as perspectivas de demanda pelos aviões da empresa nos segmentos comercial e executivo.

No ano até 24 de março, os papéis da Embraer na bolsa paulista tiveram valorização de 19,5 por cento, contra queda de 2,6 por cento do Ibovespa.

Em relação às entregas, a Embraer prevê um total de 220 aviões neste ano, sendo 102 unidades na aviação comercial e os demais no segmento executivo, sendo a maioria de jatos pequenos.

O analista Joseph B. Nadol, do JPMorgan, tinha estimativa de entregas de 105 aviões comerciais pela Embraer neste ano. Ele trabalhava com previsão de receita de 6 bilhões de dólares para a fabricante.

A Embraer também informou que prevê margem operacional em US Gaap de 7,5 por cento neste ano, com lucro operacional de 420 milhões de dólares. O JPMorgan estimava margem de quase 9 por cento e lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) de 541 milhões de dólares.