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Mercado testa BC e dólar sobe 1,64% mesmo com swap

A moeda norte-americana fechou em alta de 1,64 por cento, cotada a 2,0573 reais

A última vez em que o BC havia atuado foi na sexta-feira, ofertando 30 mil contratos de swap, o que fez o dólar fechar em queda de 0,14 por cento (Karen Bleier/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2012 às 18h04.

São Paulo - O dólar subiu mais de 1 por cento ante o real nesta segunda-feira, mesmo com o Banco Central voltando a fazer um novo leilão de swap cambial tradicional. Segundo operadores, o mercado testou se a autoridade monetária voltaria a atuar, diante de uma oferta menor de contratos, o que ajudou a puxar a cotação para cima.

Também pesou o cenário externo mais conturbado, já que ainda segue com incertezas em relação à Espanha e à zona do euro. A expectativa agora é que o BC possa voltar a intervir no mercado na terça-feira.

A moeda norte-americana fechou em alta de 1,64 por cento, cotada a 2,0573 reais. Foi a maior alta da divisa desde o dia 22 de maio, quando subiu 1,67 por cento.

A última vez em que o BC havia atuado foi na sexta-feira, ofertando 30 mil contratos de swap, o que fez o dólar fechar em queda de 0,14 por cento. No leilão desta segunda-feira, foram apenas 20 mil contratos, sendo que foram vendidos 8 mil papéis.

"Quando ele anunciou o swap, o dólar chegou a desacelerar, mas depois voltou a subir. Achei que talvez ele pudesse fazer outro swap. Mas ainda há alguma incerteza no exterior, essa semana há eleições na Grécia e o resgate a Espanha pode não resolver o problema", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.


Para ele, o cenário externo incerto ajudou a sustentar a alta da moeda, mas o mercado também pode ter testado patamares mais altos da moeda para ver se o BC voltaria a atuar. Entre os motivos para essa reação do mercado citou a oferta menor de contratos.

O gerente ainda acredita que a autoridade monetária não quer ser previsível para o mercado, atuando sempre no mesmo patamar. Desta vez, o BC anunciou o swap com o dólar em torno de 2,03 reais sendo que, em outras ocasiões, a moeda estava perto de 2,05 reais.

"Talvez o dólar tenha continuado a subir pelo valor do swap e talvez o BC não tenha atuado no momento certo. A moeda estava começando a descolar do exterior, mas ele podia esperar e fazer um swap com um lote maior. O mercado também testou se ele interviria de novo", disse.

Na sexta-feira, o BC havia vendido 24.400 contratos, ou 68 por cento, da oferta de até 30 mil contratos de swap cambial tradicional -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Na maioria dos leilões anteriores ofertou 40 mil contratos, vendendo cerca de um terço deles.

Outro operador de câmbio, que prefere não ser identificado, destacou que houve especulação no mercado. "Acho que se o BC ficar fazendo sempre as mesmas atuações, o mercado, que não é bobo, vai fazer o BC dançar no ritmo dele", afirmou.

A expectativa dos operadores, agora, é que o BC possa voltar a atuar, talvez até com mais força.

"Se essa tendência continuar, nós veremos o BC atuar de novo e provavelmente com maiores ofertas...O risco é de subir mais, não há perspectiva para tomada de risco no curto prazo", disse o estrategista de câmbio para a América Latina da BBVA, em Nova York, Alejandro Cuadrado.

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São Paulo - O dólar subiu mais de 1 por cento ante o real nesta segunda-feira, mesmo com o Banco Central voltando a fazer um novo leilão de swap cambial tradicional. Segundo operadores, o mercado testou se a autoridade monetária voltaria a atuar, diante de uma oferta menor de contratos, o que ajudou a puxar a cotação para cima.

Também pesou o cenário externo mais conturbado, já que ainda segue com incertezas em relação à Espanha e à zona do euro. A expectativa agora é que o BC possa voltar a intervir no mercado na terça-feira.

A moeda norte-americana fechou em alta de 1,64 por cento, cotada a 2,0573 reais. Foi a maior alta da divisa desde o dia 22 de maio, quando subiu 1,67 por cento.

A última vez em que o BC havia atuado foi na sexta-feira, ofertando 30 mil contratos de swap, o que fez o dólar fechar em queda de 0,14 por cento. No leilão desta segunda-feira, foram apenas 20 mil contratos, sendo que foram vendidos 8 mil papéis.

"Quando ele anunciou o swap, o dólar chegou a desacelerar, mas depois voltou a subir. Achei que talvez ele pudesse fazer outro swap. Mas ainda há alguma incerteza no exterior, essa semana há eleições na Grécia e o resgate a Espanha pode não resolver o problema", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.


Para ele, o cenário externo incerto ajudou a sustentar a alta da moeda, mas o mercado também pode ter testado patamares mais altos da moeda para ver se o BC voltaria a atuar. Entre os motivos para essa reação do mercado citou a oferta menor de contratos.

O gerente ainda acredita que a autoridade monetária não quer ser previsível para o mercado, atuando sempre no mesmo patamar. Desta vez, o BC anunciou o swap com o dólar em torno de 2,03 reais sendo que, em outras ocasiões, a moeda estava perto de 2,05 reais.

"Talvez o dólar tenha continuado a subir pelo valor do swap e talvez o BC não tenha atuado no momento certo. A moeda estava começando a descolar do exterior, mas ele podia esperar e fazer um swap com um lote maior. O mercado também testou se ele interviria de novo", disse.

Na sexta-feira, o BC havia vendido 24.400 contratos, ou 68 por cento, da oferta de até 30 mil contratos de swap cambial tradicional -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Na maioria dos leilões anteriores ofertou 40 mil contratos, vendendo cerca de um terço deles.

Outro operador de câmbio, que prefere não ser identificado, destacou que houve especulação no mercado. "Acho que se o BC ficar fazendo sempre as mesmas atuações, o mercado, que não é bobo, vai fazer o BC dançar no ritmo dele", afirmou.

A expectativa dos operadores, agora, é que o BC possa voltar a atuar, talvez até com mais força.

"Se essa tendência continuar, nós veremos o BC atuar de novo e provavelmente com maiores ofertas...O risco é de subir mais, não há perspectiva para tomada de risco no curto prazo", disse o estrategista de câmbio para a América Latina da BBVA, em Nova York, Alejandro Cuadrado.

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