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Mercado teme que Ambev pague a conta por SABMiller

Ações da empresa caíam forte nesta terça-feira com medo de que Ambev arque com os custos da aquisição da SABMiller pela AB Inbev


	Fábrica da Ambev: companhia pode financiar compra da SABMiller
 (Germano Lüders / EXAME)

Fábrica da Ambev: companhia pode financiar compra da SABMiller (Germano Lüders / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2015 às 17h39.

São Paulo – A notícia do dia é a aquisição da SABMiller pela Anheuser Busch Inbev pelo valor de 109 bilhões de dólares. A fusão, que criará uma empresa que controla um terço do mercado mundial de cervejas, fez com que as ações dessas duas companhias subissem.

Mas os investidores da Ambev, controlada brasileira da AB Inbev, não demonstram a mesma animação com a notícia. As ações ordinárias da Ambev caíram 5,5% nesta terça-feira e fecharam o dia cotadas a 18,70 reais. Lá fora, na Bolsa de Nova York (NYSE), as ADRs da empresa caíam 6,4%.

A queda acontece em meio a grande incógnita sobre a participação da Ambev na transação do negócio entre sua controlada belga e a SABMiller. O mercado se pergunta se a Ambev será obrigada a comprar a parte latino-americana da SABMiller.

Estrategicamente, faz sentido para a AB Inbev recorrer à controlada brasileira nesta compra. O que seria uma maneira de usar o balanço da Ambev, que não possui dívidas, e diminuir a dívida que a AB Inbev terá que tomar.

Analistas estimam que, depois de concluída a compra da SABMiller, a AB Inbev poderá ter um endividamento líquido igual a seis vezes seu EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).  

Ambev endividada 

Caso a Ambev assuma a conta, a sua controlada belga pode manter sua dívida sob controle, enquanto transfere as obrigações para a brasileira, que se mantém pouco endividada.

Quando os rumores sobre a aquisição se iniciaram, em meados de setembro, um analista da Goldman Sachs avaliou o que poderia acontecer com a Ambev caso a brasileira fosse usada na transação.

Primeiro, a Ambev provavelmente tomaria financiamento em dólares ou euros, o que representa um custo menor, mas traz o risco de uma exposição a dívida cambial.

Em segundo lugar,caso financie 100% da transação, o endividamento da Ambev pode subir de para 3,2 vezes o seu EBITDA, o que representa uma situação inédita para empresa. No ano passado, a Ambev registrou uma geração livre de caixa de 7,71 bilhões de reais.

O endividamento, então, reduziria a capacidade da empresa no pagamento de dividendos no curto prazo. Além de tudo isso, analistas acreditam que a assunção do controle da SABMiller pela brasileira lhe traria poucas vantagens práticas no Brasil e na Argentina, onde a SAB tem pouca participação. 

Por outro lado, a união abriria portas em países como Colômbia, Peru, Equador e na América Central. Segundo dados da Euromonitor International, a SABMiller detém 98% do mercado de cerveja da Colômbia e 95,1% do mercado peruano. 

A Ambev ainda não se pronunciou para esclarecer se vai ou não pagar a conta pelas cervejas. 

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