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Mercado mira balanços nos EUA, mas de olho na Europa

Pouco antes do fechamento, as bolsas de valores em Nova York tinham leve alta, ajudando a manter a Bovespa no azul

Mercado passou o dia acompanhando a reunião de Merkel e Sarkozy na Europa (Frank Rumpenhorst/AFP)

Mercado passou o dia acompanhando a reunião de Merkel e Sarkozy na Europa (Frank Rumpenhorst/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 17h38.

São Paulo - A expectativa com a safra de balanços corporativos nos Estados Unidos e os problemas na Europa seguiram dividindo os mercados financeiros globais nesta segunda-feira, com as bolsas norte-americanas e brasileira em alta, apesar do mau desempenho do mercado europeu. Investidores continuam céticos sobre a capacidade dos líderes europeus de chegarem a um acordo definitivo para acabar com a crise de dívida da zona do euro, que já dura dois anos e ameaça o bloco monetário e a estabilidade econômica mundial.

Ao final de um aguardado encontro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que ele e a chanceler alemã, Angela Merkel, querem que Estados da União Europeia (UE) concluam as negociações sobre um novo tratato nos próximos dias, para que possa ser assinado até 1o de março. Junto a Sarkozy, Merkel disse que seu objetivo é não deixar que nenhum país saia da zona do euro em meio à crise de dívida.

Merkel afirmou ainda que ela e Sarkozy detectaram progresso para a implementação de um "pacto fiscal" na Europa, com um compromisso sobre um teto de dívida no estilo alemão vindo daqui a algumas semanas. Os comentários dos líderes das duas maiores potências da zona do euro ocorreram numa semana de testes para Itália e Espanha, que realizarão seus primeiros leilões soberanos do ano.

As operações servirão de termômetro para a confiança dos mercados nesses países, que viram uma disparada em seus custos de financiamento a níveis considerados insustentáveis no longo prazo. Os agentes buscarão algum alívio na temporada de balanços corporativos dos EUA, que será iniciada nesta segunda-feira pela produtora de alumínio Alcoa. Recentes números melhores de atividade no país amparam essa visão, embora de modo geral as expectativas de analistas sejam fracas.


Pouco antes do fechamento, as bolsas de valores em Nova York tinham leve alta, ajudando a manter a Bovespa no azul. A unit do Santander Brasil foi um dos destaques de alta, após seu controlador aumentar o nível de capital, e com o anúncio de transferência de recibos de ações (ADRs) do banco brasileiro para a matriz. O dólar caiu com mais força no Brasil que no exterior, reagindo a entradas de capital e a perspectivas de mais ingressos. O euro se afastava de uma nova mínima em 16 meses atingida nas operações asiáticas, favorecendo a queda da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas.

As projeções de juros oscilaram sem tendência definida durante o dia, com o mercado repercutindo leituras mistas de inflação e em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária brasileira. A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,16 por cento em dezembro, refletindo a crise global. Mas a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), também da FGV, acelerou a alta a 0,93 por cento na primeira quadrissemana de janeiro, maior taxa desde a terceira quadrissemana de maio e após leitura de 0,79 por cento na última quadrissemana do mês passado.

A indefinição quanto ao quadro inflacionário também foi sugerida pelas estimativas contidas no relatório Focus do Banco Central divulgado nesta manhã. Houve queda na projeção para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, mas alta na expectativa para o aumento dos preços em 12 meses, a pouco mais de uma semana para a decisão de política monetária. A pauta doméstica de terça-feira é enxuta, valendo citar a divulgação do índice de confiança do comércio de dezembro pela FGV. No exterior, a agenda reserva os estoques no atacado dos Estados Unidos e a produção industrial francesa, ambos de novembro.

Veja como ficaram os principais mercados nesta segunda-feira:

Câmbio - O dólar fechou a 1,8347 real, em queda de 0,88 por cento frente ao fechamento anterior. BOVESPA O Ibovespa subiu 0,82 por cento, para 59.082 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 4,65 bilhões de reais.

ADRs brasileiros - Às 18h16 (horário de Brasília), o índice dos principais ADRs brasileiros subia 1,80 por cento, a 30.333 pontos.

Juros - No call das 16h, o DI janeiro de 2013 estava em 10,040 por cento ao ano ante 10,070 por cento no ajuste anterior.

Euro A moeda comum europeia era cotada a 1,2762 dólar, ante 1,2720 dólar no fechamento anterior.

Global - 40 O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, permanecia estável, a 132,250 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,716 por cento ao ano.

Risco-país - O risco Brasil caía 2 pontos, para 217 pontos-básicos. O EMBI+ estava estável em 376 pontos-básicos.

Bolsas dos EUA - O índice Dow Jones subia 0,18 por cento, a 12.381 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,17 por cento, a 1.280 pontos, e o Nasdaq registrava ganho de 0,18 por cento, aos 2.679 pontos.

Petróleo - Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto recuou 0,25 dólar, ou 0,25 por cento, a 101,31 dólares por barril.

Treasuries de 10 anos - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, estava estável, oferecendo rendimento de 1,9578 por cento ante 1,958 por cento no fechamento anterior. 

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