Mercado avalia intenção da Cosan de perto
Ideia de entrar no controle da ALL pode ser positiva, mas avaliação depende de mais detalhes
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 11h24.
São Paulo – Quando a Cosan ( CSAN3 ) anunciou que pretende comprar uma fatia de 5,67% em ações da América Latina Logística ( ALLL3 ), o mercado estranhou o valor. O prêmio por ação era superior a 23 reais quando o papel da ALL estava cotado em pouco mais de 11 reais. “A princípio o preço pago pareceu ser muito acima do que a ALL é negociada, mas esse valor pode ser explicado por ser uma fatia do bloco controlador”, afirma Gustavo Lomonaco, analista da XP Investimentos. Com o susto inicial os papéis caíram 1,02% no pregão. O movimento de queda, porém, acabou no dia seguinte, com a operação melhor explicada pela empresa.
O valor oferecido é alto por que os papéis não são ações quaisquer. Embora o percentual pretendido seja pequeno, de 5,67% na empresa, ele está dentro do bloco controlador. Se a operação for bem sucedida, a Cosan conseguirá 49% desse bloco. Mas o que busca a companhia com isso?
“A Cosan está passando por um momento de transformação e ficando menos dependente de uma indústria cíclica como é a do açúcar e álcool”, avalia Pedro Quaresma, sócio e diretor de análises da STK Capital. A gestora tem a Cosan como uma das principais empresas de seu portfólio, ao lado de nomes como Itaú, Redecard e CCR. Eles investem na companhia desde o início de suas operações, em 2010. Apesar de acompanharem bem de perto o histórico da companhia, num primeiro momento, não devem aplicar mais na Cosan. “Vamos primeiro apenas observar”, afirma Quaresma.
Aplicar mais ou menos na Cosan dependeria dos próximos passos. A intenção de comprar uma participação na ALL precisa ficar mais clara. Em teleconferência para detalhar a intenção de compra ao mercado, Marcos Marinho Lutz, diretor-presidente da Cosan, explicou que a ideia da empresa é aproveitar mais o potencial do setor de logística. A empresa já faz isso com sua subsidiária Rumo Logística e esse é outro ponto que gerou dúvidas durante a teleconferência. Lutz garantiu que não haveria nenhum conflito de interesse e que, num primeiro momento, não existia a ideia de incorporar a Rumo Logística. Na avaliação de Quaresma, porém, o negócio, se aprovado, permitira alguns movimentos entre Rumo e ALL, que já são parceiras comerciais. Esses movimentos poderiam ser positivos, mas o mercado não teve nenhuma sinalização sobre essa possibilidade, na visão de Quaresma, por uma questão estratégica.
O mercado aguarda esse e outros esclarecimentos para decidir melhor o que achou da intenção da Cosan. Pontos como a aprovação do negócio pelos outros acionistas e a forma de pagamento também precisam ser esclarecidos.
Lomonaco, da XP Investimentos, também evitou alterar sua recomendação para os papéis num primeiro momento. A classificação para a ação continua sendo “atrativa”, com preço-alvo de 35 reais, um potencial de valorização de 19% sobre o fechamento de quinta-feira.
São Paulo – Quando a Cosan ( CSAN3 ) anunciou que pretende comprar uma fatia de 5,67% em ações da América Latina Logística ( ALLL3 ), o mercado estranhou o valor. O prêmio por ação era superior a 23 reais quando o papel da ALL estava cotado em pouco mais de 11 reais. “A princípio o preço pago pareceu ser muito acima do que a ALL é negociada, mas esse valor pode ser explicado por ser uma fatia do bloco controlador”, afirma Gustavo Lomonaco, analista da XP Investimentos. Com o susto inicial os papéis caíram 1,02% no pregão. O movimento de queda, porém, acabou no dia seguinte, com a operação melhor explicada pela empresa.
O valor oferecido é alto por que os papéis não são ações quaisquer. Embora o percentual pretendido seja pequeno, de 5,67% na empresa, ele está dentro do bloco controlador. Se a operação for bem sucedida, a Cosan conseguirá 49% desse bloco. Mas o que busca a companhia com isso?
“A Cosan está passando por um momento de transformação e ficando menos dependente de uma indústria cíclica como é a do açúcar e álcool”, avalia Pedro Quaresma, sócio e diretor de análises da STK Capital. A gestora tem a Cosan como uma das principais empresas de seu portfólio, ao lado de nomes como Itaú, Redecard e CCR. Eles investem na companhia desde o início de suas operações, em 2010. Apesar de acompanharem bem de perto o histórico da companhia, num primeiro momento, não devem aplicar mais na Cosan. “Vamos primeiro apenas observar”, afirma Quaresma.
Aplicar mais ou menos na Cosan dependeria dos próximos passos. A intenção de comprar uma participação na ALL precisa ficar mais clara. Em teleconferência para detalhar a intenção de compra ao mercado, Marcos Marinho Lutz, diretor-presidente da Cosan, explicou que a ideia da empresa é aproveitar mais o potencial do setor de logística. A empresa já faz isso com sua subsidiária Rumo Logística e esse é outro ponto que gerou dúvidas durante a teleconferência. Lutz garantiu que não haveria nenhum conflito de interesse e que, num primeiro momento, não existia a ideia de incorporar a Rumo Logística. Na avaliação de Quaresma, porém, o negócio, se aprovado, permitira alguns movimentos entre Rumo e ALL, que já são parceiras comerciais. Esses movimentos poderiam ser positivos, mas o mercado não teve nenhuma sinalização sobre essa possibilidade, na visão de Quaresma, por uma questão estratégica.
O mercado aguarda esse e outros esclarecimentos para decidir melhor o que achou da intenção da Cosan. Pontos como a aprovação do negócio pelos outros acionistas e a forma de pagamento também precisam ser esclarecidos.
Lomonaco, da XP Investimentos, também evitou alterar sua recomendação para os papéis num primeiro momento. A classificação para a ação continua sendo “atrativa”, com preço-alvo de 35 reais, um potencial de valorização de 19% sobre o fechamento de quinta-feira.