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Marfrig descarta alteração em debêntures, diz Florence

As debêntures conversíveis em ações da empresa vencem em 2015, e os cupons são pagos anualmente na forma de dividendos pela Marfrig

Os dois novos negócios complementam a estratégia do Marfrig na China (Divulgação)

Os dois novos negócios complementam a estratégia do Marfrig na China (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2012 às 16h44.

São Paulo - O Grupo Marfrig descarta qualquer alteração no vencimento das debêntures e no cronograma de pagamento dos cupons, disse o vice-presidente de finanças da companhia nesta segunda-feira.

"Não há rolagem das debêntures, que vencem em 2015...", disse Ricardo Florence, que acrescentou que sobre os cupons não há alteração do cronograma de pagamento.

"Está tudo provisionado no fluxo da companhia", disse ele.

Florence fez a declaração ao comentar matéria do Valor Econômico da semana passada. Segundo o jornal, a empresa negocia a rolagem de um pagamento de até 270 milhões de reais com o BNDES.

As debêntures conversíveis em ações da empresa vencem em 2015, e os cupons são pagos anualmente na forma de dividendos pela Marfrig.

Segundo Florence, o que se faz em operação de rotina é uma adequação das dívidas da companhia em busca de um balanceamento das diferentes operações.


"Isso é parte da rotina da tesouraria de montar as estruturas possíveis de operações", disse ele sobre possíveis mudanças, que são realizadas na companhia, na tentativa de melhorar o perfil de endividamento, alongando os prazos de pagamento e redefinindo custos.

Florence falou a jornalistas durante conferência de imprensa na qual a companhia apresentou seu novo vice-presidente de Relações Institucionais, o ex-secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio.

Sampaio disse ainda que continuará intermediando a criação do Consecitrus, conselho que reunirá a cadeia cítricola, e que está em análise pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Relações institucionais - João Sampaio chega ao Marfrig com a missão de estreitar a relação com diferentes agentes fornecedores da companhia. Entre as ações, está prevista a iniciativa de se aproximar dos pecuaristas - iniciativa semelhante também foi tomada recentemente pelo JBS, que criou uma diretoria para relacionamento com o criador de gado.

Na avaliação do executivo recém-contratado pelo Marfrig, o setor de pecuária deve viver um salto, com melhora da produtividade, a exemplo do grande crescimento visto na história recente dos segmentos de grãos e açúcar e etanol, diante da perspectiva de uma demanda sustentada por proteínas dos mercados emergentes.

O presidente do Marfrig, Marcos Molina, disse que o ex-secretário é considerado o elo ideal na cadeia, atuando junto a pecuaristas e outros fornecedores. "Daí eu fico mais nesta parte operacional e o Ricardo (Florence) focado na parte financeira", afirmou.


Segundo ele, outro aspecto importante do cargo é a questão sócio-ambiental, tema que deve voltar a ganhar força após a Rio+20. "Este aspecto sócio-ambiental poderá ser um diferencial para dar mais competitividade ao Brasil", acrescentou Molina.

Questionado sobre a concentração dos frigoríficos, crítica recorrente entre os pecuaristas, Sampaio observou que o movimento não acontece apenas neste setor.

"Isso (concentração) não é exclusividade do setor, acontece em citros, café, grãos, bancos, supermercados. É importante ter empresa grande, séria e preparada (para trabalhar em escala)", disse.

Mas ele acrescentou que é preciso ter transparência neste processo. "O que fica difícil é quando a informação vem de maneira turva", afirmou. O Marfrig tem 6 por cento de participação no abate de bovinos no Brasil.

O Marfrig está reabrindo três unidades neste ano, que somadas devem ampliar a capacidade de abate da indústria em 2 mil cabeças por dia. Mesmo assim, depois desta operação, cinco unidades permanecem fechadas. No último trimestre, a companhia utilizou 65 por cento de sua capacidade total.

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