'A maioria das pessoas não tem mais de quarenta anos de carreira e só viu a inflação em queda nos últimos 30 anos, disse Fink | Foto: Alex Kraus/Bloomberg (Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 3 de junho de 2021 às 08h30.
Última atualização em 3 de junho de 2021 às 13h01.
O CEO da BlackRock, Larry Fink, disse que os investidores podem estar subestimando a possibilidade de um salto da inflação.
“A maioria das pessoas não tem mais de quarenta anos de carreira e só viu a inflação em queda nos últimos 30 anos”, disse Fink em evento virtual organizado pelo Deutsche Bank na quarta-feira, 2 de junho. “Isso vai ser um choque muito grande.”
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A preocupação com o avanço da inflação já se infiltrou na economia real e nos mercados nos Estados Unidos, com o custo de produtos como madeira serrada e aço em forte alta neste ano. Fink iniciou a carreira no First Boston em 1976, em um período de inflação elevada. O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 14,8% em março de 1980.
Fink, que agora comanda a maior gestora de ativos do mundo, com 9 trilhões de dólares de ativos sob gestão em março, acrescentou que os bancos centrais podem ter que reavaliar suas políticas se os preços mais altos se tornarem uma preocupação.
O Federal Reserve se comprometeu a manter as taxas perto de zero no curto prazo e indicou que vai tolerar a inflação acima da meta de 2% ao ano para compensar o período em que o índice de preços ficou abaixo desse nível.
Se o Fed reconsiderasse isso, poderia parecer discordante com os estímulos fiscais, disse Fink. O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs mais medidas para estimular a economia, como um plano de gastos em infraestrutura de 1,7 trilhão de dólares. “Seria muito estranho aumentar as taxas de juros ao mesmo tempo em que injetamos esse gigantesco estímulo fiscal”, disse Fink.
Os preços também podem subir mais à medida que as empresas se adaptam às realidades da mudança climática, disse. A BlackRock, com sede em Nova York, tem defendido que as empresas divulguem como planejam se adaptar a uma economia com emissões líquidas zeradas de gases de efeito estufa até 2050.
“Se nossa solução for apenas obter um mundo verde, teremos uma inflação muito mais alta, porque ainda não temos a tecnologia para fazer tudo isso”, disse Fink. “Essa também será uma grande questão de política no futuro: estaremos dispostos a aceitar mais inflação se isso for acelerar nossa pegada verde?”
(Com a Redação)