Maior construtora do Peru, envolvida com Odebrecht, cai na bolsa
A Graña y Montero perdia nesta segunda-feira mais de 30% de suas ações na bolsa pelo segundo dia consecutivo, após se envolver com escândalo da Odebrecht
AFP
Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 16h48.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 17h03.
A Graña y Montero, maior construtora do Peru, perdia nesta segunda-feira mais de 30% pelo segundo dia consecutivo, após ter sido envolvida pela brasileira Odebrecht em pagamentos de subornos em troca de uma obra no país.
Após o meio-dia, os papéis da Graña y Montero no Peru caíam 31,82%, a 1,5 sol por título, na Bolsa de Lima. Na última sexta-feira, as ações chegaram a cair 33,33% no pregão.
Naquele mesmo dia, a publicação peruana "Hildebrandt en sus Trece" divulgou detalhes da delação premiada do ex-representante da Odebrecht no Peru Jorge Barata, que afirmou que a Graña y Montero - com a qual fez consórcio para a construção da estrada interoceânica - sabia do pagamento de subornos para o presidente Alejandro Toledo para a obtenção desta obra.
"O pagamento a Toledo foi pela Odebrecht, mas as demais empresas do consórcio tinham conhecimento, não detalhes, mas sabiam do acordo. Foi mais ou menos assim: eles (os sócios) sabiam que tínhamos pago e sabiam que tínhamos que assumir o que lhes corresponderia", disse Barata à Justiça peruana, segundo documentos divulgados pela publicação.
Barata afirma que a Odebrecht pagou 20 milhões de dólares pela obra, mas a Graña y Montero negou a acusação.
"Negamos rotundamente estas afirmações e reiteramos que nossos executivos nunca souberam nem negociaram ou realizaram pagamento algum, em relação a algum tipo de suborno ou reembolso por pagamentos deste tipo realizados pela Odebrecht, como declararam", diz o texto.