Madoff: "Sei que vou morrer na prisão, mas vivi os últimos 20 anos de minha vida com medo e agora, pela primeira vez, já não tenho medo de ser detido" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2011 às 12h29.
Nova York - O ex-investidor Bernard Madoff, que cumpre pena de 150 anos pela maior fraude financeira da história dos Estados Unidos, reconhece que vai morrer na prisão, mas já não pensa em se suicidar, como teve vontade durante muito tempo.
Foi o que revelou nesta quinta-feira a jornalista americana Barbara Walters em um programa da emissora "ABC", duas semanas após ter entrevistado Madoff na prisão de Butner (Carolina do Norte), onde cumpre a pena.
"Sei que vou morrer na prisão, mas vivi os últimos 20 anos de minha vida com medo e agora, pela primeira vez, já não tenho medo de ser detido", teria dito o ex-investidor durante a entrevista a Walters, que passou duas horas conversando com Madoff, embora sem a presença de câmeras.
Segundo a jornalista, Madoff diz que sente mais seguro que nas ruas, que os outros prisioneiros lhe tratam com grande respeito, especialmente os mais jovens, e que, além disso, não precisa tomar decisões.
Em outro momento, o ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq afirma que, nos quatro meses após ser preso, em dezembro de 2008, até sua transferência à prisão de Butner, pensou em suicídio, mas não teve coragem. "Agora ele diz que, na prisão, já nem pensa nisso. Está mais feliz na prisão", destacou a jornalista da rede "ABC".
Justamente nesta semana, a esposa do investidor, Ruth Madoff, quebrou o silêncio em entrevista à emissora "CBS" ao dizer que tanto ela quanto o marido tentaram se suicidar na noite de Natal de 2008, dias após a revelação da fraude.
Bernard Madoff, de 73 anos, manteve durante duas décadas um esquema de "pirâmide financeira" através do qual atraiu enormes quantias de dinheiro em troca da falsa promessa de investi-lo e obter elevados lucros, o que causou prejuízos acima de US$ 65 bilhões a clientes no mundo todo.