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Juros voltam a reagir em alta ao avanço do dólar

Entre taxas longas, a alta foi ainda mais intensa, comportamento que deriva da desconfiança dos investidores estrangeiros em relação aos fundamentos do Brasil


	No fim do pregão, diante de uma liquidez reduzida, movimentos técnicos puseram as taxas nas máximas
 (Getty Images)

No fim do pregão, diante de uma liquidez reduzida, movimentos técnicos puseram as taxas nas máximas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 17h09.

São Paulo - As taxas futuras de juros voltaram nesta segunda-feira a reagir em alta ao avanço do dólar em relação ao real. Além disso, a aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) atuou para reforçar o movimento dos juros.

Entre as taxas longas, a alta foi ainda mais intensa, um comportamento que deriva da desconfiança dos investidores estrangeiros em relação aos fundamentos do Brasil e consequente saída destes agentes dos juros longos.

Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) elevou a perspectiva de rating (nota) dos Estados Unidos, o que favorece a migração de recursos. No fim do pregão, diante de uma liquidez reduzida, movimentos técnicos puseram as taxas nas máximas.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em outubro de 2013 (29.375 contratos) estava na máxima de 8,27%, de 8,22% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (166.835 contratos) apontava 8,64%, também na máxima, ante 8,58% na sexta-feira, 7.

No trecho intermediário e longo da curva de juros, o juro com vencimento em janeiro de 2015 (320.545 contratos) indicava máxima de 9,41%, ante 9,23% no ajuste. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (216.315 contratos) marcava máxima de 10,30%, de 10,00% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 (25.305 contratos) estava em 10,80%, ante 10,46% no ajuste anterior.

"Esse comportamento do mercado está atrelado, principalmente, ao avanço do dólar e consequente preocupação do mercado em relação a seus efeitos sobre a inflação. Sem a política fiscal para ajudar, a leitura é de que o controle de preços ficará nos ombros da política monetária", afirmou o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.


"O avanço mais intenso das taxas longas refletiu a possível saída de estrangeiros desse trecho da curva, uma vez que as perspectivas para o curto prazo seguem sendo de deterioração das variáveis macroeconômicas", pontuou.

Nesta segunda-feira, o dólar subiu desde cedo e tocou na máxima de R$ 2,16, o que fez com que o Banco Central (BC) atuasse duas vezes por meio de leilões de swap cambial (equivalente à venda de dólar no mercado futuro). Como reflexo, a moeda dos EUA desacelerou a valorização, mas se manteve em alta. No fim, o dólar à vista no balcão subiu 0,56%, a R$ 2,1480 - maior valor desde abril de 2009.

Pala manhã, as notícias sobre inflação já não haviam sido positivas. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou a alta para 0,48% na primeira quadrissemana de junho, de 0,32% na leitura anterior, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Destaque para o movimento do grupo Alimentação, que passou de 0,36% para 0,65%. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a alta para 0,43% na primeira prévia deste mês, de 0,03%, em igual prévia de maio.

Os temores em relação ao impacto do dólar sobre os preços também ficou estampado na pesquisa Focus. Os analistas consultados elevaram as projeções para a Selic em 2013 e 2014, de 8,50% para 8,75% ao ano. Ao mesmo tempo, indicaram que o dólar deve fechar 2013 em R$ 2,10, de R$ 2,05 antes. Como resultado, a inflação mostrou resistência no boletim Focus. Os analistas do mercado financeiro mantiveram as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 e 2014, em 5,8%.

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