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Juros sobem à espera da ata do Copom e após Ibope

Pela manhã, taxas de curto prazo caíram, influenciadas por fonte que acredita que o BC pode ser forçado a mudar de ideia até setembro e cortar a Selic


	Bovespa: À tarde, as taxas curtas passaram a subir, à espera da ata do Copom
 (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)

Bovespa: À tarde, as taxas curtas passaram a subir, à espera da ata do Copom (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 18h58.

São Paulo - A curva de juros mostrou inclinação nesta quarta-feira, 23, com avanço firme na ponta longa e alta discreta dos vencimentos mais curtos.

O principal gatilho para esse movimento foi a pesquisa Ibope, conhecida na noite de ontem, que não ratificou, conforme os levantamentos Datafolha e Sensus, um empate técnico entre Dilma Rousseff e Aécio Neves em um eventual segundo turno.

Ao término da sessão regular, o DI para outubro de 2014 (176.210 contratos) marcou 10,765%, de 10,756% no ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2015 (160.635 contratos) tinha taxa de 10,74%, de 10,72% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2016 (208.945 contratos) terminou em 10,95%, de 10,90% no ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2017 (300.505 contratos) registrou 11,14%, de 11,05% no ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2021 (68.560 contratos) terminou em 11,46%, de 11,36% ontem.

Segundo o Ibope, a presidente Dilma Rousseff venceria o tucano Aécio Neves num eventual segundo turno, embora esta pesquisa tenha mostrado que ele pode nem ocorrer, já que Dilma detém hoje 38% das intenções de voto, ante 37% da soma de seus adversários.

Nos levantamentos Datafolha e Sensus, foi apurado um empate técnico entre Dilma e Aécio no segundo turno.

Pela manhã, as taxas de curto prazo chegaram a cair, influenciadas por comentário de uma fonte locada em Brasília que acredita que o BC pode ser forçado a mudar de ideia até setembro e cortar a Selic.

Isso fez com que as apostas de afrouxamento monetário ganhassem força pela manhã. A leitura foi de ingerência política no BC, o que levou a curva de juros a se inclinar ainda mais.

Vale lembrar que essa leitura de corte das taxas também tinha ganhado força após o comunicado em que o Copom manteve a Selic em 11% ao ano, na semana passada.

O texto manteve a expressão "neste momento" e, apesar de ser idêntico ao do comunicado anterior, fez o mercado passar a acreditar num corte da Selic, principalmente por causa do enfraquecimento da economia. Mas uma fonte do governo disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, não ter sentido essa leitura, na tentativa de corrigir as expectativas. Foi também o que aconteceu hoje.

À tarde, as taxas curtas passaram a subir, à espera da ata do Copom, a ser divulgada amanhã cedo.

Hoje, os dados de inflação e atividade não mudaram o que o mercado já sabe. Os preços estão arrefecendo e a economia segue fraca.

No caso da inflação, o IPC-S desacelerou para 0,16% na terceira quadrissemana de julho, ante 0,24% na segunda leitura do mês. A confiança do comércio e da indústria e a atividade da construção recuaram e pressionaram as taxas curtas pela manhã, mas o movimento foi absorvido mais tarde.

A confiança do comércio caiu 1% em julho ante junho e 7% ante julho de 2013. A da indústria recuou 3,2% em julho ante junho, para 84,4 pontos.

E a CNI informou que o nível de atividade da construção civil registrou sua sétima queda seguida, para 44,5 pontos. Os dados da arrecadação federal superaram a mediana das projeções, com R$ 91,387 bilhões (ante R$ 90,228 bilhões), mas o dado ficou em segundo plano.

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