Juros futuros migram para Selic de 1 dígito com ata
Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 cedia para 9,66%
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 16h12.
São Paulo - "Eu nunca vi uma ata tão explícita como essa". A frase, do economista-chefe do HSBC, André Loes, resume bem o documento referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic foi reduzida em 0,5 ponto porcentual.
Ao dizer, no parágrafo 35 da ata, que "atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito", o Copom desencadeou uma considerável devolução de prêmios no mercado futuro de juros, que, até então, não estava totalmente certo de que a taxa básica poderia mesmo furar o nível de 10%.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (544.320 contratos) cedia para 9,66%, de 9,84% no ajuste de terça-feira, enquanto o DI janeiro de 2014 (343.735 contratos) recuava para 10,22%, de 10,41% antes. Entre os longos, o DI janeiro de 2017, com movimento de 73.035 contratos, deslizava para 10,99%, de 11,14% na terça-feira, e o DI janeiro de 2021 (4.025 contratos) indicava 11,33%, de 11,45% no ajuste.
A partir de agora, a dúvida que paira sobre o mercado é em relação ao ritmo de queda da Selic. A remoção do termo "ajuste moderado" do documento suscitou avaliações sobre se os cortes serão de 0,50 ponto porcentual ou 0,25 ponto porcentual. Por outro lado, outra pequena mudança na ata deixou os investidores céticos. O Copom alterou o tempo verbal para tratar da moderação da economia brasileira.
Enquanto na ata da reunião de novembro os diretores do Banco Central citavam que a economia "se encontra" em processo de moderação, no documento divulgado hoje o tempo verbal foi colocado no passado - como se o processo não estivesse mais em curso.
Como o mercado de trabalho continua pujante - a taxa de desemprego caiu para 4,7% em dezembro, ante 5,2% em novembro, conforme divulgou o IBGE -, o recuo das taxas longas foi um pouco menos pronunciado, uma vez que o mercado vê com apreensão o comportamento da inflação no futuro.
O dado corrente conhecido hoje, porém, foi relativamente positivo. O IPC-Fipe, que mede a inflação da cidade de São Paulo, desacelerou para 0,68% na terceira quadrissemana de janeiro, ante taxa de 0,79% na segunda prévia do mês. Diante disso, o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima, reduziu de 0,80% para 0,72% a projeção para a inflação de janeiro na capital paulista.
No exterior, o Federal Reserve também foi explícito ao se comprometer com a manutenção da taxa de básica de juros entre zero e 0,25% até pelo menos o final de 2014 nos EUA, após encontro realizado ontem. Antes, a autoridade monetária norte-americana previa juros baixos até meados de 2013. Por isso, às 16 horas, o juro projetado pelo T-note de 2 anos cedia a 0,214%, de 0,223% ontem.
São Paulo - "Eu nunca vi uma ata tão explícita como essa". A frase, do economista-chefe do HSBC, André Loes, resume bem o documento referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic foi reduzida em 0,5 ponto porcentual.
Ao dizer, no parágrafo 35 da ata, que "atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito", o Copom desencadeou uma considerável devolução de prêmios no mercado futuro de juros, que, até então, não estava totalmente certo de que a taxa básica poderia mesmo furar o nível de 10%.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (544.320 contratos) cedia para 9,66%, de 9,84% no ajuste de terça-feira, enquanto o DI janeiro de 2014 (343.735 contratos) recuava para 10,22%, de 10,41% antes. Entre os longos, o DI janeiro de 2017, com movimento de 73.035 contratos, deslizava para 10,99%, de 11,14% na terça-feira, e o DI janeiro de 2021 (4.025 contratos) indicava 11,33%, de 11,45% no ajuste.
A partir de agora, a dúvida que paira sobre o mercado é em relação ao ritmo de queda da Selic. A remoção do termo "ajuste moderado" do documento suscitou avaliações sobre se os cortes serão de 0,50 ponto porcentual ou 0,25 ponto porcentual. Por outro lado, outra pequena mudança na ata deixou os investidores céticos. O Copom alterou o tempo verbal para tratar da moderação da economia brasileira.
Enquanto na ata da reunião de novembro os diretores do Banco Central citavam que a economia "se encontra" em processo de moderação, no documento divulgado hoje o tempo verbal foi colocado no passado - como se o processo não estivesse mais em curso.
Como o mercado de trabalho continua pujante - a taxa de desemprego caiu para 4,7% em dezembro, ante 5,2% em novembro, conforme divulgou o IBGE -, o recuo das taxas longas foi um pouco menos pronunciado, uma vez que o mercado vê com apreensão o comportamento da inflação no futuro.
O dado corrente conhecido hoje, porém, foi relativamente positivo. O IPC-Fipe, que mede a inflação da cidade de São Paulo, desacelerou para 0,68% na terceira quadrissemana de janeiro, ante taxa de 0,79% na segunda prévia do mês. Diante disso, o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima, reduziu de 0,80% para 0,72% a projeção para a inflação de janeiro na capital paulista.
No exterior, o Federal Reserve também foi explícito ao se comprometer com a manutenção da taxa de básica de juros entre zero e 0,25% até pelo menos o final de 2014 nos EUA, após encontro realizado ontem. Antes, a autoridade monetária norte-americana previa juros baixos até meados de 2013. Por isso, às 16 horas, o juro projetado pelo T-note de 2 anos cedia a 0,214%, de 0,223% ontem.