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Juros futuros cedem de olho em Selic menor em 2012

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012, com giro de 222.965 contratos, recuava a 11,04%, ante 11,10% na sexta-feira

Gráfico (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2011 às 17h20.

São Paulo - Com a clara percepção de que os fundamentos econômicos atuais não permitiriam cortes agudos da Selic, o mercado de juros passou a se apegar, desde a última reunião do Copom, às declarações e notícias da equipe econômica para definir seu rumo.

E, agora, foi a vez da presidente Dilma Rousseff ditar a forte devolução de prêmios na curva a termo de juros futuros, especialmente nos vencimentos curtos e médios, elevando a chance de um corte superior a 0,5 ponto porcentual na reunião do Copom em outubro. Na sexta-feira, a autoridade máxima do País afirmou que a intenção é manter a trajetória de redução de juros "de acordo com as condições econômicas do Brasil".

Neste fim de semana, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informou que o nível da Selic almejado por Dilma no fim de 2012 é de 9%. Como o cenário externo segue se deteriorando devido à ausência de soluções para a crise de dívida na zona do euro, a munição para a queda dos DIs curtos foi reforçada e os longos também cederam.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012, com giro de 222.965 contratos, recuava a 11,04%, ante 11,10% na sexta-feira. O DI janeiro de 2013 (422.450 contratos) marcava 10,14%, ante 10,33% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (147.340 contratos) estava em 10,52%, ante 10,77%. Entre os longos, o DI Janeiro de 2017 (44.385 contratos) cedia a 11,10%, ante 11,26% na sexta-feira, e o DI janeiro de 2021 (1.090 contratos) regredia de 11,25% para 11,13%.

O contrato para novembro de 2011, o que melhor indica a expectativa dos agentes para o próximo encontro do Copom, estava em 11,60%, ante 11,64% na sexta-feira, mas com um volume pequeno negociado. Esse patamar sinalizou que um recuo de 0,75 ponto porcentual na Selic está praticamente encomendado pelo mercado como sendo o desfecho da próxima reunião de política monetária.


Hoje, até mesmo alguns indicadores positivos dos Estados Unidos foram deixados em segundo plano. Isso ocorre porque os temores sobre um default da Grécia continuam e as notícias sobre as ações que estão sendo adotadas pelo país não convencem.

E enquanto a troica deve definir apenas na quarta-feira se os gregos receberão ou não a próxima parcela de 8 bilhões de euros do pacote de ajuda, alguns dados de atividade da região e de outros países seguem indicando fraqueza da atividade.

O índice de atividade manufatureira (PMI) da zona do euro caiu para 48,5 em setembro, o pior resultado em 25 meses, ante 49 em agosto. Números abaixo de 50 indicam declínio da atividade. O PMI da Austrália caiu de 43,3 em agosto para 42,3 em setembro. O mesmo indicador indiano ficou em 50,4 no mês passado, de 52,6 em agosto.

Internamente, o Banco Central atuou para segurar o avanço do dólar em relação ao real, o que tem evitado que a queda das commodities seja transferida para os preços internos. Assim que a moeda dos EUA no balcão bateu na máxima de R$ 1,9150, no meio da tarde, a autoridade monetária ofertou US$ 5,3 bilhões em um leilão de swap cambial. Ao término da sessão, o dólar subiu 0,53%, a R$ 1,8900.

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