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Juros futuros caem pelo quarto dia consecutivo

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 marcava 7,34%, ante 7,36% do ajuste

Bovespa: na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,94%, ante ajuste de 8,96% (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Bovespa: na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,94%, ante ajuste de 8,96% (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 22h08.

São Paulo - Aos poucos, os investidores vão elevando as apostas de que o atual ciclo de baixa da Selic, atualmente em 8,00% ao ano, vai se prolongar até a reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom). Nesta quinta-feira as taxas dos contratos futuros de juros seguiram em trajetória de baixa, em meio à decepção com o Banco Central Europeu (BCE), que não anunciou estímulos à zona do euro. A atividade doméstica fraca, traduzida pelos dados ruins de da indústria divulgados na quarta-feira e a inflação mais amena, mostrada nesta quinta-feira pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, contribuíram para a retirada de prêmios da curva. Já são quatro sessões seguidas de recuos que, gradativamente, vão aumentando as chances de um corte adicional de 0,25 ponto porcentual da Selic em outubro.

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 (64.235 contratos) marcava 7,34%, ante 7,36% do ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2014 (209.730 contratos) estava em 7,72%, ante 7,76% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (43.675 contratos) tinha taxa de 8,94%, ante ajuste de 8,96%, e o DI para janeiro de 2021 (1.410 contratos) marcava 9,52%, ante 9,53%.

O recuo gradativo dos juros esta semana responde à percepção de que a atividade no Brasil fraqueja, a inflação não assusta tanto e a Europa sinaliza novidades, mas sem entregar o prometido. Para se ter uma ideia, o contrato de DI para janeiro de 2014, que nesta quinta-feira fechou com taxa de 7,72%, marcava no ajuste da última sexta-feira 7,86%. Esta diferença de 0,14 ponto porcentual, apesar de pequena, vai aos poucos revelando a expectativa de que o BC promova, de fato, mais dois cortes da Selic - um em agosto e outro em outubro.


"Ontem os dados da indústria, hoje o IPC da Fipe e o BCE sem fazer nada. Juntando tudo isso, o mercado voltou a bater nas taxas", resumiu o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. "Com isso, aumentou um pouco a probabilidade de um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic em outubro", disse. A Leme Investimentos, porém, segue projetando um corte de 0,50 em agosto e manutenção da Selic em outubro.

Pela manhã, o BCE anunciou a manutenção de sua taxa básica em 0,75% ao ano. Em entrevista, o presidente da instituição, Mario Draghi, foi evasivo ao comentar a possibilidade de adoção de novas medidas para ajudar os países em dificuldades. "Não há razão para ser específico sobre mais medidas extraordinárias. Comitês relevantes devem examinar outras medidas extraordinárias", afirmou.

Além disso, Draghi afirmou que diretoria do BCE discutiu as opções de políticas para enfrentar os problemas no processo de formação de preços nos mercados de bônus dos países da zona do euro, mas destacou que as autoridades do bloco precisam "estar prontas para ativar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) e o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) no mercado de bônus quando circunstâncias excepcionais nos mercados financeiros e os riscos à estabilidade financeira existirem".

A frustração com Draghi levou à queda das taxas dos DIs, que já recuavam em função dos dados industriais de quarta e do IPC da Fipe desta quinta-feira. Pela manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas informou que o IPC subiu 0,13% em julho, desacelerando ante o índice da terceira prévia do mês passado, de 0,19%. Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) registrou taxa menor em cinco de sete cidades. Com uma inflação mais controlada, como sugerem os indicadores, em tese o BC teria espaço para continuar o atual ciclo de cortes da Selic.

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