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Juros fecham em alta, seguindo o dólar e os Treasuries

No fim do pregão regular na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 projetava taxa de 10,85% (44.520 contratos), ante 10,84% no ajuste anterior


	Bovespa: perdas foram zeradas à medida que taxas de juros se alinharam com yields de Treasuries e com dólar
 (Getty Images)

Bovespa: perdas foram zeradas à medida que taxas de juros se alinharam com yields de Treasuries e com dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 17h26.

São Paulo - A valorização do dólar, somada à alta dos juros dos Treasuries, propiciou o avanço das taxas de juros domésticas, nesta terça-feira, 3, apesar de dados do IPC-Fipe terem vindo abaixo do piso das projeções.

No fim do pregão regular na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 projetava taxa de 10,85% (44.520 contratos), ante 10,84% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 11,80% (282.025 contratos), de 11,69%; e o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 12,23% (44.635 contratos), de 12,12%, na mesma base de comparação.

As taxas futuras iniciaram a sessão em queda, pressionadas pelo alta de 0,25% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, em maio, abaixo do piso do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de avanço de 0,27%, e desacelerando-se ante a elevação de 0,53% em abril.

A desaceleração foi beneficiada, principalmente, pela deflação do grupo Habitação, de 0,24%, após elevação de 0,04% no quarto mês do ano, segundo o novo coordenador do IPC, André Chagas.

Segundo ele, sem o efeito na redução de água/esgoto, que apresentou variação negativa de 10,17% em maio por causa do desconto na conta da Sabesp para quem economizar 30%, o IPC seria de 0,45%.

Mas as perdas foram zeradas logo em seguida, à medida que as taxas de juros se alinharam com os yields dos Treasuries, pela manhã, e com o dólar, à tarde.

As taxas dos bônus dos EUA aceleraram os ganhos no período vespertino, após um discurso da presidente do Federal Reserve de Kansas City, Esther George.

Ela afirmou que as taxas de juros nos EUA precisarão ser elevadas "mais cedo e em ritmo mais rápido" do que a maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) prevê.

Antes das declarações os juros já vinham renovando máximas consecutivas, especialmente depois de o rendimento da T-note de 10 anos superar o patamar de 2,57%.

Especialistas do mercado destacam que a alta do dólar desde ontem e as dúvidas sobre o novo ciclo de alta da taxa Selic poderão limitar o prolongamento da queda das taxas de juros futuras vista recentemente.

Reportagem do Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, mostra que outro fator que contribui para uma correção neste momento na curva dos juros futuros é uma possível demanda menor de estrangeiros pelos papéis brasileiros, como sinalizou o último leilão de títulos do Tesouro.

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