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Juro futuro sobe por dólar e comentários de Hamilton

As declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton, no meio da tarde, mantiveram os juros em alta


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (63.050 contratos) marcava 8,90%, de 8,86% no ajuste anterior
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (63.050 contratos) marcava 8,90%, de 8,86% no ajuste anterior (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 17h08.

São Paulo - As taxas futuras de juros, sobretudo de longo prazo, aceleraram a alta do meio da tarde para frente, em linha com a intensificação do avanço do dólar ante o real.

Como a liquidez foi extremamente reduzida, o movimento não encontrou qualquer tipo de resistência. Em meio a isso, as declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton, também no meio da tarde, mantiveram os juros em alta.

Na apresentação do Boletim Regional, em Belém, o diretor afirmou nesta segunda-feira que o melhor momento para a inflação em 2013 foi julho, que a inflação mensal tende a ser maior a partir de agora e que as políticas fiscal e parafiscal são expansionistas.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (63.050 contratos) marcava 8,90%, de 8,86% no ajuste anterior.

O vencimento para janeiro de 2015 (232.490 contratos) indicava taxa de 9,72%, de 9,60% na sexta-feira. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (103.575 contratos) apontava máxima de 10,95%, ante 10,82%. O DI para janeiro de 2021 (apenas 835 contratos) estava na máxima de 11,44%, de 11,19% no ajuste anterior.

"Os juros tiveram uma liquidez muito baixa e vinham em alta, assim como as taxas dos Treasuries e o dólar. Quando o dólar acelerou, os juros acompanharam", afirmou um operador.

"Depois, Carlos Hamilton trouxe uma leitura realista da inflação e da situação econômica, o que ajudou a sustentar as taxas", completou o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.

O documento do BC mostra que a trajetória de inflação em 2013 será em forma de "V" e que o piso foi em julho, quando o IPCA subiu apenas 0,03%. Hamilton disse que, "sem inflação baixa, é impossível ter crescimento prolongado". "Com inflação elevada, temos menos emprego e menos consumo", pontuou o diretor. Ainda segundo ele, o consumo do governo supera os 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e "tem crescido".

Nesse ambiente, e com a alta do dólar, que avançou 0,66% no mercado à vista de balcão, terminando na máxima do dia, a R$ 2,2870, os investidores em juros seguem apostando em mais uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic em agosto.

Os indicadores conhecidos mais cedo não tiveram grande relevância para o movimento dos juros. Mesmo porque, o mercado aguarda as vendas varejistas de junho, na quarta-feira, 14, e o IBC-Br do mesmo mês, na quinta, 15.

Ainda no que diz respeito à atividade, a pesquisa Focus mostrou revisão em baixa na estimativa para o PIB, de 2,24% para 2,21% em 2013. Para 2014, a expectativa passou de 2,60% para 2,50%. A mediana das expectativas para o IPCA de 2013 passou de 5,75% na semana passada para 5,74%. E para 2014, de 5,87% para 5,85%. Já as estimativas para a Selic foram mantidas em 9,25% para o fim de 2013 e de 2014.

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