São Paulo - A JBS SA, maior frigorífico do mundo, registra hoje a queda mais acentuada em mais de dois meses após divulgar resultados abaixo do previsto. O lucro foi afetado por perdas na unidade dos Estados Unidos e indenizações trabalhistas com o fechamento de planta na Argentina.

A JBS caía 4,2 por cento, para R$ 7,84, às 11:44 em São Paulo. Mais cedo, os papéis chegaram a cair 5 por cento, a queda mais forte desde 9 de janeiro. A JBS era a maior perda entre os 70 papéis que compõem o Ibovespa.

O lucro líquido da empresa ficou em R$ 25,6 milhões no quarto trimestre, comparado a um prejuízo de R$ 539,3 milhões um ano antes, disse a empresa em comunicado ao mercado ontem. A previsão média de sete analistas consultados pela Bloomberg era de um lucro líquido ajustado de R$ 189,9 milhões para o período.

“Foi um ano horrível”, disse o presidente da companhia, Wesley Batista, hoje em teleconferência com analistas, referindo-se à unidade Pilgrim’s Pride nos EUA. “O cenário é muito melhor agora e a nossa aposta é numa recuperação das margens Ebitda”.

A Pilgrim’s Pride registrou o quarto prejuízo trimestral consecutivo, provocado pela queda nos preços da carne de frango e da alta do milho e da soja, as duas principais matérias-primas para a produção de ração animal. A unidade americana da JBS teve uma perda de US$ 85,4 milhões no quarto trimestre. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Ebitda, deve ficar entre 7 por cento e 8 por cento este ano, disse Batista.

Salários

Na Argentina, a JBS também teve prejuízo após a empresa pagar indenizações trabalhistas referente ao fechamento de unidade e aumento “significativo” de salários, segundo Batista.

“Estamos perdendo dinheiro na Argentina”, disse ele.

As vendas da JBS deram um salto de 18 por cento, para R$ 16,9 bilhões, contra R$ 14,3 bilhões no mesmo trimestre do ano anterior. Os EUA e a Austrália respondem por dois terços do faturamento da empresa.

A JBS conseguiu sair do prejuízo para o lucro no quarto trimestre porque, no quarto trimestre de 2010, a empresa fez um pagamento extraordinário ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O pagamento de R$ 521,9 milhões foi feito para estender o prazo para o plano de abertura de capital da unidade americana.