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JBS ganha com aposta de que Vigor conquistará mercado da Nestlé

Os títulos da JBS pagam 592 pontos-base a mais do que os papéis do governo brasileiro com vencimento em 2017

A JBS comprou a Vigor em 2009 dentro da aquisição do Grupo Bertin, controlador da fabricante de laticiínios (Leonardo Colosso)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2012 às 10h13.

Rio de Janeiro/São Paulo - A JBS ( JBSS3 ), maior frigorífico do mundo, tem tido desempenho melhor que seus pares com mesma classificação no mercado de títulos, diante das apostas de investidores de que uma separação da unidade de laticínios vai ajudar a companhia a ganhar participação de mercado no Brasil.

A taxa dos títulos em dólar da JBS caiu 127 pontos-base nos últimos 30 dias, para 7,93 por cento, a mais baixa desde 5 de agosto, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O custo médio de captação para companhias da América Latina com o mesmo rating BB da JBS caiu 15 pontos-base, ou 0,l5 ponto percentual, no mesmo período, mostram dados do Credit Suisse Group AG.

A JBS tenta abrir o capital da unidade de laticínios Vigor Alimentos SA para levantar os recursos que necessita para ganhar fatia de mercado das concorrentes Nestlé SA, BRF-Brasil Foods SA e Danone SA no País. Detentores de bônus da JBS devem aprovar o desmembramento em vez de aceitar a recompra das ações por parte da companhia porque esperam lucrar com a expansão da empresa, disse Eric Ollom, estrategista de dívida do Citigroup Inc.

“O spin-off vai criar uma empresa interessante”, disse Jansen Moura, analista de dívida corporativa da BCP Securities, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “É bom para a JBS e vai injetar capital na companhia.”

Os títulos da JBS pagam 592 pontos-base a mais do que os papéis do governo brasileiro com vencimento em 2017, comparado a uma diferença de 715 pontos um mês atrás, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A nota de crédito BB da JBS pela escala da Standard & Poor’s está dois níveis abaixo do grau de investimento e três níveis abaixo da classificação soberana. A companhia tem classificação BB- pela Fitch Ratings e B1 pela Moody’s Investors Service.

Aceitação dos credores

A Vigor, que tem uma fatia de 6,9 por cento do mercado brasileiro de laticínios, teve faturamento de R$ 1,5 bilhão no ano passado, o equivalente a cerca de 2 por cento da receita da JBS. A JBS está desmembrando a Vigor dentro do esforço para mais que triplicar as vendas da unidade para R$ 5 bilhões até 2015 por meio de aquisições e novas fábricas, disse o presidente, Wesley Batista, em 19 de dezembro.

Um porta-voz da JBS, que pediu para não ser identificado em obediência à política interna, se negou a fazer comentários.

Sob os termos dos títulos da JBS com vencimento em 2014 e 2016, a companhia é obrigada a pedir a aceitação dos detentores dos títulos antes de desmembrar ativos como a Vigor.

“Os investidores da JBS provavelmente estão confortáveis com esse crédito”, disse Alfredo Viegas, diretor-gerente para mercados emergentes da Knight Capital, em entrevista por telefone de Greenwich, no estado americano de Connecticut. “Realmente não existe vantagem para o investidor em aceitar uma recompra pelo valor de face a esta altura. Com todos esses bônus, você negocia com prêmio muito alto, então como detentor de títulos, não se pode substituir esses tipos de cupom. É mais provável que você não se beneficie de um resgate antecipado.”


Efeito ‘mínimo’

Marianna Waltz, analista da Moody’s, disse que o desmembramento não vai levar a uma melhora da classificação de risco da JBS porque a unidade só é responsável por 2 por cento da receita.

A operação terá efeito “mínimo” sobre a JBS, disse Marianna em entrevista por telefone. “O movimento da JBS não deve afetar sua nota.”

A JBS comprou a Vigor em 2009 dentro da aquisição do Grupo Bertin SA, controlador da fabricante de laticiínios. A JBS, que se tornou o maior produtor mundial de carne bovina por meio de mais de 10 aquisições nos últimos cinco anos, disse em 16 de novembro que pode vender prédios administrativos e plantas ociosas nos Estados Unidos para ajudar a reduzir sua dívida.

Viegas, da Knight Capital, disse que a JBS pode oferecer aos detentores de títulos algum benefício para conseguir sua aprovação ao desmembramento da Vigor.

“Minha aposta é que eles vão querer manter o cupom e a JBS pode melhorar um pouco a composição para que a transação aconteça”, disse Viegas.

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A taxa dos títulos em dólar da JBS caiu 127 pontos-base nos últimos 30 dias, para 7,93 por cento, a mais baixa desde 5 de agosto, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O custo médio de captação para companhias da América Latina com o mesmo rating BB da JBS caiu 15 pontos-base, ou 0,l5 ponto percentual, no mesmo período, mostram dados do Credit Suisse Group AG.

A JBS tenta abrir o capital da unidade de laticínios Vigor Alimentos SA para levantar os recursos que necessita para ganhar fatia de mercado das concorrentes Nestlé SA, BRF-Brasil Foods SA e Danone SA no País. Detentores de bônus da JBS devem aprovar o desmembramento em vez de aceitar a recompra das ações por parte da companhia porque esperam lucrar com a expansão da empresa, disse Eric Ollom, estrategista de dívida do Citigroup Inc.

“O spin-off vai criar uma empresa interessante”, disse Jansen Moura, analista de dívida corporativa da BCP Securities, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “É bom para a JBS e vai injetar capital na companhia.”

Os títulos da JBS pagam 592 pontos-base a mais do que os papéis do governo brasileiro com vencimento em 2017, comparado a uma diferença de 715 pontos um mês atrás, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A nota de crédito BB da JBS pela escala da Standard & Poor’s está dois níveis abaixo do grau de investimento e três níveis abaixo da classificação soberana. A companhia tem classificação BB- pela Fitch Ratings e B1 pela Moody’s Investors Service.

Aceitação dos credores

A Vigor, que tem uma fatia de 6,9 por cento do mercado brasileiro de laticínios, teve faturamento de R$ 1,5 bilhão no ano passado, o equivalente a cerca de 2 por cento da receita da JBS. A JBS está desmembrando a Vigor dentro do esforço para mais que triplicar as vendas da unidade para R$ 5 bilhões até 2015 por meio de aquisições e novas fábricas, disse o presidente, Wesley Batista, em 19 de dezembro.

Um porta-voz da JBS, que pediu para não ser identificado em obediência à política interna, se negou a fazer comentários.

Sob os termos dos títulos da JBS com vencimento em 2014 e 2016, a companhia é obrigada a pedir a aceitação dos detentores dos títulos antes de desmembrar ativos como a Vigor.

“Os investidores da JBS provavelmente estão confortáveis com esse crédito”, disse Alfredo Viegas, diretor-gerente para mercados emergentes da Knight Capital, em entrevista por telefone de Greenwich, no estado americano de Connecticut. “Realmente não existe vantagem para o investidor em aceitar uma recompra pelo valor de face a esta altura. Com todos esses bônus, você negocia com prêmio muito alto, então como detentor de títulos, não se pode substituir esses tipos de cupom. É mais provável que você não se beneficie de um resgate antecipado.”


Efeito ‘mínimo’

Marianna Waltz, analista da Moody’s, disse que o desmembramento não vai levar a uma melhora da classificação de risco da JBS porque a unidade só é responsável por 2 por cento da receita.

A operação terá efeito “mínimo” sobre a JBS, disse Marianna em entrevista por telefone. “O movimento da JBS não deve afetar sua nota.”

A JBS comprou a Vigor em 2009 dentro da aquisição do Grupo Bertin SA, controlador da fabricante de laticiínios. A JBS, que se tornou o maior produtor mundial de carne bovina por meio de mais de 10 aquisições nos últimos cinco anos, disse em 16 de novembro que pode vender prédios administrativos e plantas ociosas nos Estados Unidos para ajudar a reduzir sua dívida.

Viegas, da Knight Capital, disse que a JBS pode oferecer aos detentores de títulos algum benefício para conseguir sua aprovação ao desmembramento da Vigor.

“Minha aposta é que eles vão querer manter o cupom e a JBS pode melhorar um pouco a composição para que a transação aconteça”, disse Viegas.

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