Mercados

Itaú vê Ibovespa entre 50 mil e 55 mil pontos

Equipe vê cabo de guerra entre os fluxos estrangeiros para o mercado e os fundamentos ruins da economia brasileira


	Operadores na Bovespa: Segundo Itaú, índice Bovespa está trabalhando em tendência de alta no curto prazo
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Operadores na Bovespa: Segundo Itaú, índice Bovespa está trabalhando em tendência de alta no curto prazo (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 14h43.

São Paulo - A equipe de economistas do Itaú acredita que o índice Bovespa deve seguir flutuando entre os 50 mil pontos e os 55 mil, com um cabo de guerra entre os fluxos estrangeiros para o mercado e os fundamentos ruins da economia brasileira.

A corretora acha, porém, que há mais chances de a bolsa superar os 55 mil pontos do que registrar queda abaixo dos 50 mil. No entanto, a percepção é de que, caso haja uma alta, ela deve ser de, no máximo, 57.100 pontos no curto prazo.

Em relatório enviado aos clientes, a corretora do Itaú observa que o saldo de estrangeiros na Bovespa segue elevado este mês. Até dia 17, os estrangeiros compraram liquidamente R$ 2,119 bilhões, acumulando no ano R$ 12,972 bilhões.

“Enquanto isso, a perspectiva para a economia segue negativa, com dados de confiança apontando para uma desaceleração da atividade, e estimativas de PIB sendo revisadas para baixo”, diz o relatório. “A sensação é de que estamos diante de um cabo de guerra entre fluxo e fundamentos, o que pode continuar trazendo volatilidade no curto prazo”, conclui o relatório.

Lucas Tambellini, economista responsável pelo relatório do banco, diz que a ruptura dessa resistência de 57 mil pontos parece improvável sem que seja acompanhada de novos elementos que alterem o cenário macroeconômico, “pois os fundamentos alcançaram um nível de fragilidade que limita uma aposta mais otimista”.

Segundo a análise do Itaú, o índice Bovespa está trabalhando em tendência de alta no curto prazo. De acordo com os analistas, desde março de 2013 o mercado trabalha abaixo dos 57.100 pontos, o que reforça sua importância.

“Além disso, este ponto de resistência em 57.100 pontos pode ser decisivo para uma nova onda de alta do mercado, pois se for superado abrirá a possibilidade do Ibovespa voltar à região do topo histórico, em 73.920 pontos”, explicam os analistas.

Os especialistas do banco seguem com sua visão estratégica de médio e longo prazo inalterada, dando preferência para papéis de caráter defensivo e com sólidos fundamentos, e empresas que possam se beneficiar da apreciação do dólar. “No curto prazo mantemos a estratégia de alocações táticas amparadas por boa posição técnica”, diz o relatório.

PIB deve crescer 1% este ano

Na semana passada, a equipe de economistas do Itaú, liderada por Ilan Goldfajn, revisou suas projeções para os indicadores mais importantes da economia brasileira. O banco destacou que a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 é de apenas 1%. Para 2015, a projeção é de 1,7% de alta.

Segundo a análise do banco, os resultados do PIB do primeiro trimestre em conjunto com outros indicadores observados até abril e maio “apontam para uma desaceleração da demanda interna”, o que sugere uma contração da economia no segundo trimestre e uma revisão de estimativas de lucros das empresas para baixo, o que tornaria os múltiplos preço/lucro (P/L) mais altos, e consequentemente a bolsa menos atrativa.

O relatório ressalta não ser novidade que o momento da economia brasileira é fraco, “mas a confirmação do cenário de certa forma segura o otimismo de curto prazo, colocando uma espécie de limite às apostas”.

Acompanhe tudo sobre:analises-de-acoesB3Bancosbolsas-de-valoresEmpresasEmpresas brasileirasItaú

Mais de Mercados

Eleição no Reino Unido não muda cenário para ativos e risco de crise é "muito alto", diz Gavekal

Americanas (AMER3): posição em aluguel na bolsa dobra no ano e representa mais de 30% do free float

Após eleições, Goldman Sachs eleva previsão de crescimento do Reino Unido

Ibovespa fecha em leve alta com payroll nos EUA; dólar cai a R$ 5,46

Mais na Exame