IRB Brasil (IRBR3): Mercado desmonta apostas de queda das ações
Taxa de aluguel dos papéis caiu de mais de 400% para menos de 5%; redução ocorre pouco após ações serem precificadas abaixo da mínima histórica em follow-on
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de setembro de 2022 às 12h58.
Última atualização em 16 de setembro de 2022 às 13h06.
As posições vendidas em IRB Brasil ( IRBR3 ), em que o investidor ganha com a queda das ações, têm sido desmontadas gradativamente.
Vale lembrar que a operação é realizada por meio de aluguel de ações, em que se paga uma taxa (de tomador) variável conforme a demanda pelas posições vendidas. As ações, então, são vendidas ao mercado e recompradas no fim da operação e devolvidas. A diferença entre o preço vendido e o comprado, excluindo as taxas envolvidas, é o lucro ou o prejuízo.
A taxa de tomador, paga para montar a posição vendida, terminou quinta-feira, 15, a 3,6%, segundo dados do TradeMap. Essa mesma taxa chegou a superar 400% no auge das apostas contra a empresa, mostram os dados, e começou a cair a partir da liquidação das ações emitidas no follow-on, em 6 de setembro.
Na operação, o IRB emitiu 1,2 bilhão de ações a R$ 1 cada para garantir o capital mínimo requerido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Com o follow-on, precificado abaixo da mínima histórica dos papéis, o número de ações do IRB praticamente dobrou, indo a 2,468 bilhões.
Mesmo com mais ações, o volume de papéis do IRB em aluguel também tem diminuído. Ainda de acordo com os números da plataforma, cerca de 110 milhões de ações do IRB estavam alugadas na quinta. Antes da liquidação da oferta, essa quantidade era de 376,94 milhões.
Tamanho era o volume das apostas de desvalorização que a B3 chegou a conceder uma regra de exceção às vésperas do follow-on, ampliando o limite máximo do aluguel de ações do IRB de 25% para 30% do free float. Mas, com as apostas de queda reduzidas a menos de um terço e o dobro do número de ações emitidas, ao menos este não é mais um problema para a resseguradora.
O preço das ações, no entanto, segue como um desafio. Desde a precificação do follow-on, há duas semanas, os papéis do IRB se desvalorizaram cerca de 16%. A queda acumulada no ano é de 70%.