Mercados

Investidores pedem reforma da indústria de armas de fogo dos EUA

Eles estão pedindo mudanças nas práticas comerciais e não ameaçando com desinvestimentos

Armas: investidores querem armas de fogo mais seguras, protegidas e fáceis de rastrear (Fabio Teixeira/Getty Images)

Armas: investidores querem armas de fogo mais seguras, protegidas e fáceis de rastrear (Fabio Teixeira/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 15 de novembro de 2018 às 08h24.

Última atualização em 15 de novembro de 2018 às 08h24.

(Bloomberg) -- Investidores e gestores de recursos com mais de US$ 4,8 trilhões em ativos estão se unindo pela primeira vez para pressionar fabricantes e vendedores de armas a tornarem as armas de fogo “mais seguras, protegidas e fáceis de rastrear”.

Os 13 membros -- grupo que inclui a State Street Global Advisors, a Nuveen, que gerencia os investimentos da organização TIAA, e os fundos de pensão da Califórnia, da Flórida e de Connecticut, onde houve massacres -- estão pedindo mudanças nas práticas comerciais, e não ameaçando com desinvestimentos, informou o grupo nesta quarta-feira em comunicado.

Não está claro quanta força ganharão os investidores, porque não figuram entre os maiores acionistas de duas grandes fabricantes de armas de capital aberto dos EUA, a Sturm, Ruger & Co. e a American Outdoor Brands, anteriormente conhecida como Smith & Wesson.

“Tentamos fazer isso sozinhos no passado, mas precisa ser um grupo”, disse Christopher Ailman, diretor de investimentos do Sistema de Aposentadoria dos Professores do Estado da Califórnia (Calstrs), que está ajudando a coordenar a iniciativa, em entrevista. “É preciso um coro de investidores cantando alto e claro para ser ouvido.”

Influência coletiva

O grupo está pedindo à indústria de armas de fogo civis o cumprimento de cinco princípios, entre eles o desenvolvimento de uma tecnologia para tornar as armas de fogo mais seguras e fáceis de rastrear, segundo o comunicado. Além disso, o grupo defende a adoção de padrões “responsáveis” pelos vendedores, a aplicação de verificações completas de antecedentes, educação e treinamento para funcionários de distribuidores, revendedores e lojas e trabalho em colaboração com os investidores.

“Trabalhando juntos podemos construir e aproveitar relacionamentos sólidos, avançando ao mesmo tempo em termos de mitigação de riscos não apenas para a indústria civil de armas de fogo, mas também em favor de nossos investimentos”, disse Ailman, em comunicado.

A aliança inicial de cinco investidores foi formada no início do ano e se expandiu para incluir fundos de pensão de todo o país; sistemas de aposentadoria que representam as igrejas Metodista e Católica Romana; e o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia, conhecido como Calpers, o maior fundo de pensão dos EUA.

Assim como o Calpers, o Calstrs tem políticas para pressionar por mudanças em um setor antes de vender ativos. A diferença agora, segundo o grupo, é que eles acreditam ter uma influência coletiva entre as empresas de portfólio que possuem.

Ailman disse na entrevista que entrou em contato com os principais acionistas das fabricantes de armas e que a maioria não entrou na coalizão. O grupo está abordando outros investidores institucionais e empresas envolvidas em todos os aspectos da indústria de armas de fogo, incluindo vendas, fabricação, distribuição e financiamento.

O anúncio desta quarta-feira coincide com a queda das ações da Sturm Ruger após a divulgação de resultados decepcionantes pela empresa no fim de outubro. A ação estava em alta em agosto como resultado de um rali induzido pelos lucros. A American Outdoor também subiu em agosto.

Acompanhe tudo sobre:ArmasEstados Unidos (EUA)Investidores

Mais de Mercados

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024

Banco Central fará leilão à vista de até US$ 3 bi na quinta-feira

Marcopolo avança na eletrificação com aquisição de participação em empresa chilena