Mercados

Investidores esperam piora adicional nos mercados

Com os juros ainda subindo nos EUA e o Trump ainda fazendo ameaças com tarifas de importação, o fundo do poço para os mercados emergentes está distante

Investidor: economia americana robusta tem pesado nos mercados emergentes (Foto/Getty Images)

Investidor: economia americana robusta tem pesado nos mercados emergentes (Foto/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 15 de julho de 2018 às 08h11.

Última atualização em 15 de julho de 2018 às 08h11.

(Bloomberg) -- Com a taxa básica de juros ainda subindo nos EUA e o presidente Donald Trump ainda fazendo ameaças com tarifas de importação, o fundo do poço para os mercados emergentes está distante, segundo especialistas.

A queda das bolsas e moedas de nações em desenvolvimento tende a se prolongar no segundo semestre, de acordo com uma pesquisa da Bloomberg com 20 investidores e estrategistas. Mas nem tudo é tão sombrio.

Segundo a sondagem realizada entre 26 de junho e 4 de julho, os títulos de dívida podem ter desempenho melhor — por serem relativamente mais seguros — e alguns mercados específicos podem registrar ganhos.

A atratividade dos ativos de risco diminuiu diante da escalada da tensão comercial entre EUA e China e da continuidade do aperto quantitativo pelo banco central americano. Moedas e ações de países emergentes acabaram de completar o pior trimestre desde 2015, quando predominava o temor de um pouso forçado da economia chinesa.

Os investidores agora estão mais seletivos. Um índice Bloomberg Barclays que acompanha títulos de dívida em moeda local de países emergentes registrou a primeira queda trimestral desde 2016. Neste mês de julho, pouco mudou para essas classes de ativos.

“Os investidores continuarão preocupados com a perspectiva para os mercados emergentes, pois esperamos que o ambiente de dólar forte continue”, disse Hideaki Kuriki, principal gestor de fundos da Sumitomo Mitsui Trust Asset Management, em Tóquio, que supervisionava o equivalente a US$ 90 bilhões em março. “A economia americana está robusta em termos relativos e o dólar e os rendimentos por lá também estão elevados – é por isso que os mercados emergentes continuarão penando.”

A pesquisa solicitou que os entrevistados colocassem em ordem os vetores de maior peso nos mercados em desenvolvimento no segundo semestre. Eles listaram a moeda da Rússia, títulos da Coreia do Sul, ações da Índia, além de ações, títulos e a moeda da Polônia. No pé da lista em todas as classes de ativos está a Argentina, que subiu a taxa básica de juros para 40 por cento para defender o peso.

A pesquisa foi realizada antes de o presidente da Turquia demitir autoridades do alto escalão que tinham o respeito dos investidores.
Participaram do levantamento representantes das seguintes instituições:

* AllianceBernstein
* Amundi
* BlueBay Asset Management
* BNP Paribas Asset Management
* CIMB Thai Bank
* Columbia Threadneedle
* Daiwa SB Investments
* Deltec Asset Management
* Deutsche Bank Wealth Management
* FPG Securities
* Fullerton Markets
* Japan Bank for International Cooperation
* Krung Thai Bank
* Mitsubishi UFJ Kokusai Asset Management
* Mizuho Bank
* NN Investment Partners
* Renaissance Capital
* SBI Securities
* Sumitomo Mitsui Trust Asset Management
* TD Securities

Acompanhe tudo sobre:Argentinabolsas-de-valoresChinaEstados Unidos (EUA)InvestidoresMercado financeiro

Mais de Mercados

Eleição no Reino Unido não muda cenário para ativos e risco de crise é "muito alto", diz Gavekal

Americanas (AMER3): posição em aluguel na bolsa dobra no ano e representa mais de 30% do free float

Após eleições, Goldman Sachs eleva previsão de crescimento do Reino Unido

Ibovespa fecha em leve alta com payroll nos EUA; dólar cai a R$ 5,46

Mais na Exame