Mercados

Índices de bolsas da Ásia caem com avanço global do coronavírus

Novos casos do vírus foram detectados em pólo industrial na Coréia, onde empresas como Samsung já fazem pausas na produção de fábricas

Pessoas com máscara em Xangai: produção de fábricas de grandes empresas tiveram de ser suspensas por conta do vírus (Aly Song/Reuters)

Pessoas com máscara em Xangai: produção de fábricas de grandes empresas tiveram de ser suspensas por conta do vírus (Aly Song/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 24 de fevereiro de 2020 às 10h18.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2020 às 10h32.

Os principais índices acionários da Ásia recuaram nesta segunda-feira (24), uma vez que um aumento nas infecções por coronavírus e mortes fora da China continental ofuscaram as garantias de Pequim de que vai acelerar os esforços para ajudar a conter o golpe à sua economia.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,4%, a 4.132 pontos, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,28%, a 3.031 pontos.

A confiança do investidor foi abalada depois que a Coreia do Sul, a quarta maior economia da Ásia, colocou o país em alerta alto uma vez que o número de infecções saltou para mais de 700 e as mortes subiram para sete. O epicentro do vírus no país asiático, a cidade de Daigu, é um pólo industrial coreano.

Em Seul, capital da Coréia do Sul, o índice Kospi teve desvalorização de 3,87%, a 2.079 pontos. As ações da Samsung caíram 4,1%, enquanto as da Hyundai caiu 4,3%.

Segundo informações da agência Reuters, trabalhadores de empresas como Samsung e Hyundai não estão indo trabalhar e fazem home office como uma forma de prevenir a disseminação do vírus no país.

Na cidade de Gumi, 1,5 mil trabalhadores da Samsung foram aconselhados a trabalhar de forma remota em suas casas depois de um dos trabalhadores ter sido infectado pela doença.

Em Ulsan, seis trabalhadores da Hyundai também estão trabalhando de forma remota. Quatro deles sao frequentadores de uma igreja que foi epicentro do vírus no país.

A Samsung anunciou que reiniciou parte de sua produção na fábrica de celulares de Gumi após a ter suspendido no final de semana. Contudo, a produção no andar onde o trabalhador infectado trabalhava só voltará a funcionar nesta terça-feira (25). Em comunicado, a companhia aponta que essa pausa não deve afetar seu resultado de produção, sem detalhar mais.

A produção de uma fábrica de carros da Hyundai em Gyeongju também foi suspensa no final de semana após a morte de um trabalhador infectado pelo vírus. Autoridades desinfetaram a fábrica, mas ainda não é possível saber quando a produção será retomada. A montadora acabou de retomar a produção da maioria de suas fábricas no país após sofrer com falta de peças importadas da China. Em comunicado, a Hyundai aponta que, até agora, não há impacto na produção por conta das suspensões. 

Em Tóquio, o índice Nikkei permaneceu fechado. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,79%, a 26.820 pontos. Em Taiwan, o índice TAIEX registrou baixa de 1,30%, a 11.534 pontos. Em Cingapura, o índice Straits Times desvalorizou-se 1,22%, a 3.142 pontos. Em Sidney o índice S&P/ASX 200 recuou 2,25%, a 6.978 pontos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaCoreia do SulCoronavírus

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa fecha perto da estabilidade após corte de gastos e apagão global

Mais na Exame