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Incerteza com política e Lava Jato faz dólar subir a R$2,62

Dólar subia pela quarta sessão seguida e era negociado na casa de 2,62 reais nesta sexta-feira, maior nível intradia em quase uma década


	Dólar: às 10h42, a moeda norte-americana subia 0,99 por cento, a 2,6206 reais na venda
 (Bruno Domingos/Reuters)

Dólar: às 10h42, a moeda norte-americana subia 0,99 por cento, a 2,6206 reais na venda (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 10h04.

São Paulo - O dólar subia pela quarta sessão seguida e era negociado na casa de 2,62 reais nesta sexta-feira, maior nível intradia em quase uma década, com os investidores buscando proteção diante da espera do próximo ministro da Fazenda e com a confiança mais abalada pela nova fase da operação Lava Jato, que envolve grandes empresas.

Às 10h42, a moeda norte-americana subia 0,99 por cento, a 2,6206 reais na venda, após superar na véspera o patamar de 2,60 reais pela primeira vez desde o fim de 2008. Na máxima desta sessão, chegou a 2,6265 reais, maior patamar intradia desde 5 de abril de 2005, quando foi a 2,6330 reais.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 15 milhões de dólares. Neste mês, o dólar fechou apenas um pregão em queda, acumulando alta de 4,68 por cento até a véspera.

"O fator macro é de valorização do dólar no longo prazo, mas um ministro da Fazenda que agrade mais os mercados... pode aliviar um pouco no curto prazo", disse o operador da corretora WinTrade Renato Magliari.

Investidores vêm mostrando forte preocupação com a perspectiva para a política fiscal, criticada por ser pouco transparente. Um possível sinal de mudança, na avaliação dos analistas, seria a nomeação de um ministro da Fazenda com perfil mais ortodoxo no lugar de Guido Mantega.

Os nomes mais citados para o posto são o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o atual presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. De longe, o preferido dos mercados é Meirelles.

"O mercado vem absorvendo as incertezas. Toda vez que o pessoal lembra que as coisas não estão fáceis e a perspectiva está longe de ser tranquila, corre para se proteger no dólar", afirmou o operador da corretora Walpires José Carlos Amado.

Ele acrescentou que a indefinição subiu mais um nível nesta sessão após a Polícia Federal lançar nova fase da operação Lava Jato e que envolve "grandes empresas", o que pode impactar a confiança dos agentes econômicos e afetar a economia real.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,25 mil contratos para 1º de junho e 750 contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares.

O BC também fará nesta sessão mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro, que equivalem a 9,831 bilhões de dólares, com oferta de até 9 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 36 por cento do lote total.

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