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Ibovespa tem pior queda diária desde setembro de 2011

Preocupações com a economia brasileira desencadearam um movimento de venda generalizada das ações, com perdas lideradas pelas empresas de Eike Batista


	O Ibovespa fechou em baixa de 4,24 %, a 45.228 pontos. Essa foi a maior queda percentual diária desde 22 de setembro de 2011
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O Ibovespa fechou em baixa de 4,24 %, a 45.228 pontos. Essa foi a maior queda percentual diária desde 22 de setembro de 2011 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 18h45.

São Paulo - O principal índice da Bovespa teve a pior queda diária desde setembro de 2011 nesta terça-feira, depois que preocupações com as perspectivas para a economia brasileira desencadearam um movimento de venda generalizada de ações, com empresas de Eike Batista mais uma vez liderando as perdas.

O Ibovespa fechou em baixa de 4,24 %, a 45.228 pontos. Essa foi a maior queda percentual diária desde 22 de setembro de 2011. O giro financeiro do pregão foi de 8,98 bilhões de reais, acima da média diária de 2013, de 7,9 bilhões de reais.

A forte queda da produção industrial brasileira em maio sobre abril, de 2 %, pegou o mercado de surpresa, reacendendo temores sobre as perspectivas para a economia e para o desempenho das companhias listadas em bolsa.

Mas o clima do mercado, que já era ruim pela manhã, azedou de vez à tarde, com o índice chegando a cair 5,1 % na mínima da sessão, a 44.818 pontos.

"O movimento das ações indicou que houve investidores grandes se desfazendo de posições, estrangeiros saindo mesmo do mercado", disse um operador de uma corretora paulista que pediu para não ser identificado.

Operadores citaram também que a perda de importantes pontos de suporte gráfico contribuiu para acentuar a queda do índice, com o acionamento de ordens de "stop loss", vendas com objetivo de limitar prejuízos de investidores.

"Estamos vendo uma crise de confiança em relação ao Brasil, o que acaba gerando um efeito manada", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Corretora, Ariovaldo Santos.

O analista Aloisio Villeth Lemos, da Ágora Corretora, citou que o comportamento do Ibovespa na sessão lembrou "um movimento de pânico", em que "as vendas começam a se acelerar a qualquer preço".

"No curtíssimo prazo, não dá para afirmar que vamos ter uma melhora muito significativa da bolsa. Existem oportunidades, mas é preciso ter estômago", avaliou Lemos.


Ações "X" seguem na lanterna

A queda do Ibovespa nesta sessão mais uma vez foi capitaneada por empresas do grupo EBX de Eike Batista, com destaque para a petroleira OGX, que recuou de 19,64 % , e a mineradora MMX, que afundou 17,3 %.

O movimento ocorre após a OGX anunciar na véspera a suspensão de projetos de produção na bacia de Campos, o que levou bancos a reduzirem o preço-alvo da ação para valores entre 0,10 e 0,30 real.

O pessimismo com as perspectivas para as empresas de Eike também contaminou outros setores na Bovespa, segundo analistas, especialmente bancos, com investidores ponderando riscos de default de empréstimos feitos ao grupo.

As blue chips Petrobras e Vale também tiveram forte queda na sessão, dentre as principais influências de baixa para o índice.

As ações da Eletropaulo fecharam em baixa de quase 7 %, após a agência reguladora do setor elétrico, a Aneel, aprovar reajuste médio nulo para tarifa de energia da companhia.

Apenas dois dos 71 papéis que compõem o Ibovespa fecharam em alta --a varejista online B2W saltou 6,64 %, enquanto a Diagnósticos da América (Dasa) subiu 2,14 %.

Atualizada às 18h44

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