Mercados

Ibovespa sobe e fecha acima dos 87 mil pontos pela 1ª vez

Índice fechou no azul pelo oitavo pregão seguido e acima dos 87 mil pontos pela primeira vez na história, acumulando alta superior a 3 por cento na semana

Ibovespa: com base em dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,35 por cento, a 86.990 pontos, renovando máxima de fechamento (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: com base em dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,35 por cento, a 86.990 pontos, renovando máxima de fechamento (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 18h13.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2018 às 18h46.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou no azul pelo oitavo pregão seguido nesta sexta-feira e fechou acima dos 87 mil pontos pela primeira vez na história, acumulando alta superior a 3 por cento na semana, em uma sessão marcada por noticiário corporativo intenso e com o mercado minimizando o impacto de um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil.

O Ibovespa subiu 0,7 por cento, renovando máxima de fechamento a 87.293 pontos. Na semana, o índice acumulou ganho de 3,28 por cento. O giro financeiro era de 12,8 bilhões de reais.

O atual patamar do mercado, na esteira de uma sequência ampla de ganhos, abriu espaço para uma tentativa de ajuste ao longo do dia, com o índice registrando queda de 0,64 por cento na mínima do dia. O movimento, no entanto, não se sustentou mesmo depois de a agência de a Fitch rebaixar o rating do Brasil para "BB-" com perspectiva estável, citando a situação fiscal do país.

"Hoje o mercado poderia usar o rebaixamento para corrigir um pouco e isso não aconteceu. Isso mostra que o mercado ainda tem ímpeto e que a percepção é de ainda mais upside", disse o sócio analista da Eleven Financial Raphael Figueredo.

Favorecendo esse viés positivo para a bolsa está a percepção de recuperação da economia, atrelada à volta de fluxo de investidores externos e internos, além de alguns resultados corporativos considerados fortes por analistas.

Corroborando a visão maias favorável para a economia, o IPCA-15 - prévia da inflação oficial do país - subiu 0,38 por cento em fevereiro, a segunda leitura mais fraca para o mês desde a implantação do Plano Real.

Destaques

- MAGAZINE LUIZA ON avançou 6,84 por cento e liderou a ponta positiva do Ibovespa, depois de divulgar resultado considerado forte por analistas. A empresa teve lucro de 165,6 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 260 por cento ante o mesmo período do ano anterior. Além disso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) na mesma base de comparação cresceu 37,8 por cento.

- BRF ON caiu 8,33 por cento, na ponta negativa do índice, após divulgar prejuízo líquido de 784 milhões de reais no quarto trimestre, uma piora ante o resultado negativo de 442 milhões de reais registrado um ano antes. Analistas do JPMorgan avaliaram os resultados do período como fracos e rebaixaram a recomendação do papel para neutra ante "overweight" e cortaram o preço-alvo da ação de 50 para 34 reais.

- ENGIE BRASIL ENERGIA ON teve alta de 2,09 por cento. A geradora de eletricidade teve lucro líquido de 704,7 milhões de reais no quarto trimestre de 2017, alta de 48 por cento na comparação anual.

- PETROBRAS PN subiu 1,83 por cento e PETROBRAS ON ganhou 2,58 por cento, em sessão que firmou-se positiva também para os preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON teve alta de 0,9 por cento, em linha com o movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China.

- CCR ON caiu 6,19 por cento, acentuando as perdas à mínima da sessão durante os ajustes. Antes disso, o papel teve uma sessão volátil, com alta de pouco mais de 2 por cento, tendo no radar os resultados do quarto trimestre. A empresa reportou alta de 94,2 por cento no lucro líquido ante igual período do ano anterior, com a empresa se beneficiando da melhora do tráfego nas estradas que administra e com menos custos com o serviço da dívida.

- COSAN ON recuou 2,34 por cento após divulgação de resultados para o quarto trimestre e projeções para o ano de 2018. A empresa previu Ebitda (proforma) entre 4,9 bilhões e 5,4 bilhões de reais, ante 5,13 bilhões de reais em 2017. A projeção, segundo analistas do BTG Pactual, veio um pouco abaixo das estimativas do banco.

- RD ON teve perda de 1,41 por cento, tendo como pano de fundo o balanço referente ao quarto trimestre. A empresa teve lucro líquido de 134,2 milhões de reais no período, acima do resultado positivo de 87 milhões apurado no mesmo intervalo de 2016. Segundo analistas do Credit Suisse, a empresa reportou números sólidos, mas amplamente em linha com o esperado.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3Ibovespa

Mais de Mercados

"Não faz sentido correr risco com esse nível de juros", diz maior fundo de pensão do Nordeste

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Mais na Exame