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Ibovespa dispara 9,7% com cenário externo e se aproxima dos 70 mil pontos

Estímulo econômico anunciado pelo Fed e possível aprovação de pacote trilionário ditam tom positivo nas bolsas de valores

Bolsa: Em vinte anos, Ibovespa teve alta de quase 1.000% (Jesada Wongsa/Getty Images)

Bolsa: Em vinte anos, Ibovespa teve alta de quase 1.000% (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2020 às 10h17.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 18h01.

São Paulo - O Ibovespa fechou com forte apreciação nesta terça-feira (24), em linha com as principais bolsas do mundo. No radar dos investidores, esteve o pacote de estímulos anunciado, ontem (23), pelo Federal Reserve. Entre as medidas do banco central americano estão linhas de créditos para famílias e pequenas empresas, um programa de recompra de títulos e empréstimos para grandes empregadores equivalentes a até 4 anos de financiamento. No pregão, o principal índice de ações da bolsa brasileira subiu 9,69% e encerrou em 69.729,30 pontos. 

Embora, na véspera, a medida do Fed tenha surtido pouco efeito sobre os mercados, a reação veio ocorrendo desde a madrugada, quando as bolsas da Ásia emplacaram fortes altas. Na Coréia do Sul, onde o governo dobrou os estímulos econômicos para 80 bilhões de dólares, a bolsa subiu 8,6%. 

O tom positivo se estendeu para os países do Ocidente, com o índice pan-europeu Stoxx 600 avançando 7,59%. Nos Estados Unidos, o S&P 500 disparou 9,38%.

Apesar da alta generalizada, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, vê a forte valorização das bolsas como mais um sintoma da intensa volatilidade do mercado e não descarta perdas drásticas nos próximos pregões. “Talvez já exista alguma região de suporte. Mas, de forma alguma, dá pra dizer que já chegamos ao fundo do poço”, disse.

O mercado também segue atento ao super pacote que pode ultrapassar 2 trilhões de dólares. Na segunda, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Palosi, do Partido Democrata, enviou uma lista com novas medidas para serem inseridas no pacote, aumentando a ajuda para até 2,5 trilhões de dólares. Pela manhã, o presidente Donald Trump usou sua conta do twitter para pressionar o Congresso americano a aprovar do pacote.

No início da semana, as bolsas sofreram fortes perdas, após o pacote trilionário ter sido barrado por senadores democratas, no domingo (23), sob o argumento de que as propostas visavam atender mais aos interesses de Wall Street do que aos da população americana.

Rafael Ribeiro, analista da Clear, acredita que a expectativa de que o novo acordo seja assinado também tenha dado "fôlego" ao pregão de hoje. "Essa nova medida somada com todas as outras tomadas pelo Fed até agora, mostram o compromisso do governo dos EUA em evitar uma verdadeira depressão econômica, que é o cenário que está sendo precificado pelos investidores", afirmou em nota.

Na Bolsa, os papéis com concentração elevada no Ibovespa tiveram um dia de forte valorização. Os grandes bancos, que pressionaram a queda do índice na véspera, tiveram um dia de recuperação. Entre eles, o destaque ficou com os papéis do Banco do Brasil, que subiram 17,13%. Itaú, Bradesco e Santander, se apreciaram 9,65%, 15,05% e 13,41%, respectivamente.

As ações da Petrobras também tiveram valorização acentuada. Com a menor pressão sobre o preço do petróleo, que se encaminha para fechar no azul, os papéis ordinários e preferenciais da petroleira subiram pouco mais de 15%.

Já as maiores altas do Ibovespa ficaram com as ações do banco de investimentos BTG Pactual, que disparou 24,82%. Na lanterna do pregão ficaram os papéis da rede de farmácias Raia Drogasil, que vinha tendo o melhor desempenho do índice no ano, com as expectativas de que o setor seja um dos que menos sofram dos impactos do coronavírus. Nesta sessão, o ativo fechou em queda e 5,81%.

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