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Ibovespa sobe 3% em maio e avança na contramão de Wall Street

Commodities impulsionam índice com expectativa de recuperação da China; Marfrig lidera ganhos do dia

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 31 de maio de 2022 às 17h55.

Última atualização em 31 de maio de 2022 às 18h53.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira seguiu em direção oposta ao mercado internacional nesta terça-feira, 31. Desta vez, para cima. O Ibovespa subiu impulsionado pelas ações ligadas às commodities e ao setor bancário, enquanto os principais índices de ações caem mundo afora, com investidores repercutindo dados de inflação acima do esperado na Europa.

Com o resultado, o Ibovespa saltou 3,22% no mês de maio, recuperando parte dos 10% de perdas registrados em abril. No ano, o índice acumula alta de 6,23%.

“A partir da segunda quinzena do mês, veio uma expectativa melhor sobre o aquecimento do setor de serviços na China, mostrando um número acima do esperado puxando um novo ânimo puxado por commodities. As maiores recuperações vieram de ações como Petrobras, Vale e setor bancário, que reajustou a diferença entre preço e lucro”, avaliou Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.

  • Ibovespa: + 0,29%, 111,35 mil pontos

Dados econômicos desta manhã também contribuíram para o apetite ao risco no mercado local. O Brasil registrou superávit primário de R$ 38,9 bilhões em abril ante consenso da Bloomberg de R$ 30,1 bilhões de superávit. Outra surpresa positiva veio da taxa de desemprego, que caiu de 11,1% para 10,5%. A expectativa era de queda para 10,9%.

No exterior, a inflação foi o grande tema do mês de maio e também fez preço no último dia do mês. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Zona do Euro de maio, divulgado nesta manhã, ficou em 0,8% ante consenso de 0,6% de alta. O IPC avançou de 7,4% para 8,1% na comparação anual, ficando acima da expectativa de 7,7% de inflação para os 12 meses.

As bolsas nos Estados Unidos e na Europa fecharam em queda. Entre os índices americanos, o Dow Jones e o S&P 500 terminaram o mês perto do zero a zero, se ficando no positivo apoiados em uma grande alta na semana anterior. Já o índice de tecnologia Nasdaq recuou 2,1% no mês.

  • Dow Jones (EUA): - 0,67%
  • S&P 500  (EUA): - 0,63%
  • Nasdaq (EUA): - 0,41%
  • Stoxx 600 (Europa): - 0,72%

Os temores sobre as pressões inflacionárias na Europa ganharam um tom ainda mais pessimista com a forte apreciação de commodities nos últimos dias. O petróleo Brent com vencimento em julho é negociado em alta, perto da marca de US$ 123, com investidores reagindo à sexta rodada de sanções da União Europeia sobre a Rússia, acordada na última noite.

Durante boa parte do dia, as ações de petrolíferas também foram destaque de alta nesta sessão, com investidores prevendo receitas mais robustas. A Petrobras, com a segunda maior participação do Ibovespa, avançou e ajudou a dar o tom positivo ao índice — ainda que os papéis tenham perdido força ao longo do dia. 

Isso porque as preocupações sobre o risco político inerente à estatal seguem como ponto de cautela. Mesmo com a expressiva valorização do petróleo desde o início da semana passada, as ações da Petrobras ainda acumulam queda no período.

  • Petrobras (PETR3): + 0,76%
  • Petrobras (PETR4): + 0,23%

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No câmbio, o dólar fechou em leve queda ante o real, em um dia de alta volatilidade. Vale lembrar que hoje é o último dia do mês, em que as negociações sofrem interferência da "briga da Ptax” (taxa referência para contratos de câmbio), em que os comprados em dólar tentam jogar o preço da moeda para cima e os vendidos, para baixo. A Ptax é calculada diariamente, mas costuma ficar mais volátil no último pregão do mês porque essa última Ptax será utilizada para contratos cambiais do mês seguinte.

A moeda americana acumulou desvalorização de 3,9% no mês de maio.

  • Dólar: - 0,14%, R$ 4,747

Destaques de ações

As ações da Marfrig (MRFG3) saltam mais de 5% e ficam entre os destaques de alta do dia após o empresário Marcos Molina aumentar sua participação na empresa. 

A MMS, holding por meio da qual Molina e a esposa controlam a Marfrig, acaba de romper a barreira dos 50% de participação no frigorífico — os controladores da Marfrig já detinham 49,72% dos papéis da empresa, e agora possuem 50,04%.

A BRF (BRFS3), comprada pela Marfrig, acompanha a alta.

  • Marfrig (MRFG3): + 5,54%
  • BRF (BRFS3): + 3,99%

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