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Ibovespa encerra o pregão em alta com as ações da Petrobras

Progressos em discussão sobre pacote de estímulo americano impulsionaram bolsas de valores lá fora e no Brasil

Bolsa: Ibovespa avança com apoio das ações da Petrobras (Germano Luders/Exame)

Bolsa: Ibovespa avança com apoio das ações da Petrobras (Germano Luders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 17h15.

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 17h50.

Acompanhando o otimismo do cenário externo com sinais de avanços no pacote de estímulo americano, o Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira, 5, em alta de 1,57%, em 102.801 pontos. É que, na véspera, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, se reuniu com representantes da Casa Branca para discutir o tema.

De acordo com o jornal Washington Post, as conversas foram positivas, com ambos os lados concordando em tentar finalizar um acordo até o fim desta semana para que se realize uma votação no Congresso já na próxima semana.

Ainda nos Estados Unidos, os dados do ADP, que servem como prévia do payroll, apontaram para a criação de 167.000 postos de trabalho, em julho, ante a expectativa de 1,5 milhão de empregos. Embora tenha ficado bem abaixo das expectativas, os números de junho foram revisados para cima de 2,369 milhões de novos empregos para 4,314 milhões.

Na Europa, os índices de gerente de compra (PMIs, na sigla em inglês) de julho vieram quase em linha com as expectativas, acima dos 50 pontos que delimitam a contração da expansão da atividade.

"Os PMIs da Europa já mostram uma retomada da economia, o que contribui para a alta de hoje", disse Gustavo Bertotti, economista da Messem.

Com o bom humor externo, o preço do barril de petróleo apresentou valorização, ajudando a impulsionar as ações da Petrobras que subiram 6,43% e da PetroRio que tiveram alta de 13,58%. Também estavam no radar dos investidores os estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos, que tiveram queda de 8,6 milhões de barris na última semana, segundo o Instituto Americano de Petróleo.

No Brasil, as atenções se voltam para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juro Selic. O mercado espera para mais um corte de 0,25 ponto percentual, como sinalizado na ata da última reunião. Caso isso ocorra, a mínima histórica da Selic será renovada para 2% ao ano.

Com expectativa de mais um corte de juros, as ações ligadas ao setor de consumo, como Renner e Burger King, apresentaram respectivas altas de 3,19% e 4,89%. "A tendência de médio prazo é a de que os cortes de juros beneficiem o consumo. Então acaba ajudando as varejistas" disse Bertotti.

No mesmo setor, as ações da Alpargatas avançaram 8,83%, após a empresa apresentar lucro líquido de 54,3 milhões de reais no segundo trimestre — 62,7% superior ao do mesmo período do ano passado. "O resultado saiu melhor do que o esperado, sustentado pelo bom desempenho nas operações internacionais. A valorização do dólar também foi fundamental para a alta na receita, compensando a fraqueza da divisão doméstica", afirma Bruno Lima, analista de renda variável da EXAME Research.

Também atrelado ao consumo, os papéis de companhias de shoppings centers dispararam, após o resultado do segundo trimestre do Iguatemi ter ficado acima do esperado. No período, a receita líquida da companhia ficou 173,9% acima do consenso, em 160 milhões de reais. Na bolsa, os papéis do Iguatemi subiram 7,76%. Multiplan e BrMalls avançaram 8,03% e 7,72%, respectivamente.

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