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Ibovespa segue pressionado e sinaliza 3a queda seguida

Bovespa recuava na manhã desta quarta-feira, com as ações da Petrobras novamente entre as principais pressões negativas


	Operadores na Bovespa: às 11h20, o Ibovespa perdia 0,22 por cento, a 50.088 pontos, caminhando para a terceira queda seguida
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Operadores na Bovespa: às 11h20, o Ibovespa perdia 0,22 por cento, a 50.088 pontos, caminhando para a terceira queda seguida (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 11h06.

São Paulo - A Bovespa recuava na manhã desta quarta-feira, com as ações da Petrobras novamente entre as principais pressões negativas, com nova queda nos preços do petróleo no mercado internacional e apreensão sobre os desdobramentos de ações judiciais contra a empresa nos Estados Unidos.

O declínio em papéis de bancos como Itaú e Bradesco corroborava o tom negativo, enquanto o ambiente financeiro externo não mostrava uma tendência clara, com as bolsas na Europa no azul, mas o futuro acionário do norte-americano S&P 500 em leve queda.

Às 11h20, o Ibovespa perdia 0,22 por cento, a 50.088 pontos, caminhando para a terceira queda seguida. O volume financeiro somava 583 milhões de reais.

Para o analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Marketos, "somente medidas fortes no campo econômico podem reverter esse cenário nebuloso para bolsa no fim de ano".

Na terça-feira, a Petrobras afirmou ter recebido citação relativa à ação coletiva em corte nos EUA por investidores que alegam ter sido prejudicados pela queda do preço das American Depositary Share (ADS) da companhia, por conta das denúncias de corrupção envolvendo a estatal.

De acordo com a mídia local, fundos brasileiros também pretendem aderir à ação. "Está difícil de sair desse assunto (Petrobras)", disse um operador, que pediu para não ter o nome citado, comentando que ainda há muito incerteza sobre como a justiça norte-americana agirá em relação à companhia.

As ações da estatal seguiam em patamares próximos de 2005. Agentes do mercado também aguardam o balanço não auditado do terceiro trimestre da Petrobras previsto para sexta-feira e se mantêm atentos a eventuais mudanças no plano de investimentos da empresa em razão de possíveis multas que possa sofrer pela ação nos EUA.

Vale também mostrava fraqueza, após dados de inflação na China corroborarem o cenário de desaceleração daquela economia, embora tenham alimentado apostas de novos estímulos. A nova queda no minério com 62 por cento de ferro para a entrega imediata na China também pesava.

Assim como os bancos, Kroton também pesava no índice, com o papel figurando entre os ativos listados no Ibovespa com "gordura para queimar", após alta de mais de 75 por cento no ano. No caso das preferenciais de Itaú e Bradesco, os ganhos em 2014 se aproximam de 30 por cento.

Para efeito de comparação, as preferenciais de Petrobras e de Vale apuram perdas de cerca de 30 e de 40 por cento neste ano. O Ibovespa, em 2014, contabiliza um declínio de 3 por cento.

Do noticiário corporativo, Cemig subia 1,6 por cento, enquanto agentes monitoram julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) do processo para prorrogar a concessão da hidrelétrica Jaguara. A Cemig briga na justiça para prorrogar a concessão da hidrelétrica por mais 20 anos.

ALL estava entre as maiores altas do índice, um dia após a superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgar parecer contra a união da transportadora ferroviária e da Rumo Logística, do grupo de infraestrutura e energia Cosan.

Para a equipe da corretora Brasil Plural, o acordo será aprovado com restrições, que poderiam ser maior transparência com relação a preços, tarifas e volumes movimentados por tipo de carga, com o cenário mais negativo contemplando exigência de garândia pelo Cade de capacidade para determinados setores.

Fora do Ibovespa, as ações da Eneva abriram despencando 22 por cento após a empresa de energia elétrica controlada pela alemã entrar com pedido de recuperação judicial porque não conseguiu renovar acordo com bancos credores.

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