Bolsa: Ibovespa sobe 1,49% e encerra em 104.426,37 pontos (NurPhoto / Colaborador/Getty Images/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 20 de julho de 2020 às 17h00.
Última atualização em 20 de julho de 2020 às 17h28.
A bolsa brasileira iniciou a semana em alta, com as esperanças renovadas sobre o fim da pandemia. Desta vez, o que motivou o bom humor dos investidores foi o resultados publicado na revista científica The Lancet sobre os testes da potencial vacina que vem sendo desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. O Ibovespa, principal índice de ações, avançou 1,49% e encerrou em 104.426,37 pontos, próximo da máxima intradia de 104.438,48 pontos - o maior patamar já alcançado desde o início da pandemia, declarada em 11 de março pela OMS.
"O mercado espera que uma vacina possibilite uma retomada econômica mais rápida, reduzindo o risco de reaberturas", comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.
De acordo com a publicação, a potencial vacina é segura e eficiente. Embora tenha efeitos colaterais, como febre e dores cabeça, eles podem ser atenuados com doses de paracetalmol. A potencial vacina já está na terceira - e última - fase de testes. Há a expectativa de que até setembro, a vacina já esteja pronta para ser produzida em massa. Outra vacina experimental que tem mostrado sucesso em testes é a desenvolvida pela Pfizer em parceria com a a BioNTech. Nesta segunda, foram divulgados dados adicionais que mostram que ela também é segura e apresenta imunidade contra a Covid-19.
Outro fator que anima os investidores é a possível aprovação de um fundo para a recuperação econômica da Europa, que vem sendo discutido por líderes da União Europeia. A princípio, seria de 750 bilhões de euros, mas segundo agências de notícias outras propostas foram colocadas na mesa, mas ainda sem definição. Mas, mesmo que o valor do estímulo seja reduzido é possível que o mercado aceite de bom grado. Pela manhã, quando a expectativa era de um acordo de 390 bilhões de euros, as bolsas europeias chegaram a reagir positivamente assim como o euro. "O mercado não recebeu a informação de forma ruim", comentou Lima.
Por outro lado, o ritmo de contágio do coronavírus no mundo segue minando a expectativa de uma recuperação mais forte da economia mundial no segundo semestre. Na véspera, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou o maior número de novos casos globais, com 260.000 infectados em 24h, mostrando que mesmo quatro meses após o início da pandemia, o ritmo de contágio segue mais alto do que nunca.
Além dos Estados Unidos, que possui o maior número de infectados do mundo, casos no Brasil, Índia e África do Sul foram os maiores responsáveis pelo novo recorde de infectados.
Na bolsa, as ações da Via Varejo dispararam 7,35%, encerrando na liderança do Ibovespa, após, segundo fontes, a empresa ter usado sua conta do twitter para postar prévia dos resultados operacionais do segundo trimestre. A postagem, no entanto, foi apagada. Na esteira, os papéis da Magazine Luiza e B2W subiram 6,1% e 3,6%, respectivamente.
Outro setor que figurou entre as maiores valorizações da sessão foi o de telecomunicações, após TIM, Vivo e Claro apresentarem proposta pela parte móvel da da Oi. As ações da TIM e Telefônica Brasil tiveram respectivas altas de 6,13% e 5,99%. Fora do índice, os papéis da Oi mas encerraram com ganhos de 9,92%%, depois de abrirem em com apreciação de 16,5%.
"A venda da parte móvel vai ajudar muito no processo de desalavancagem da Oi, que já era bastante esperado pelo mercado", comentou Henrique Esteter, analista de renda variável da Guide Investimentos.
No Índice Small Caps, quem liderou foram as ações da Ser Educacional, que encerraram com valorização de 15,31%, após a empresa ter anunciado que avalia a compra do Grupo Laureate, das universidades Anhembi e FMU.