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Ibovespa recua 0,72% pressionado por Vale e Petrobras

Índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu a 87.156,67 pontos

Ibovespa: ajustes ao movimento negativo de recibos de ações negociados nos Estados Unidos (ADRs) na véspera pressionaram o índice (Cris Faga/Getty Images)

Ibovespa: ajustes ao movimento negativo de recibos de ações negociados nos Estados Unidos (ADRs) na véspera pressionaram o índice (Cris Faga/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 18h16.

Última atualização em 21 de novembro de 2018 às 18h55.

São Paulo - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, 21, com as ações da Petrobras e da Vale entre as maiores pressões de baixa, em meio a ajustes ao movimento negativo de recibos de ações negociados nos Estados Unidos (ADRs, na sigla em inglês) na véspera.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,72 por cento, a 87.268,80 pontos. O giro financeiro do pregão somou 12,9 bilhões de reais.

Na terça-feira, o índice dos principais American Depositary Receipts (ADR) de ações brasileiras caiu 3,61 por cento nos EUA, com os ADRs dos papéis ON da Petrobras caindo 5,86 por cento. O fundo de ação negociado em bolsa (ETF) iShares MSCI Brazil caiu 3,38 por cento.

Para o analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech, o declínio do Ibovespa nesta sessão refletiu ajustes à queda dos ADRs na véspera, principalmente de papéis ligados a commodities, embora o movimento tenha sido atenuado pela melhora externa, particularmente a recuperação do petróleo.

Os ADRs da petrolífera avançavam no mercado norte-americano, com o recibo dos papéis ON sendo negociado em alta de 0,4 por cento próximo do encerramento do pregão.

Além da melhora dos preços da commodity, com o contrato do Brent subindo 1,5 por cento, após encerrar a terça-feira com queda de 6,4 por cento, Wall Street tinha uma sessão mais positiva, com o S&P 500 subindo quase 1 por cento.

Indech acrescentou que o mercado externo segue volátil, mas que o feriado em razão do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, nesta quinta-feira, pode devolver o foco dos agentes financeiros novamente para questões locais.

"A liquidez deve ficar menor e as discussões devem girar em torno de projetos como o da cessão onerosa e dos distratos (emendas), além da continuidade da formação do ministério do novo governo", acrescentou, ponderando contudo que grande parte do núcleo econômico já é conhecida.

O gestor Marco Tulli, da corretora Coinvalores, não descarta que as compras voltem a prevalecer nos próximos dois pregões, diante do feriado nos EUA e da liquidez provavelmente muito baixa na sexta-feira em Wall Street.

"Muitos podem aproveitar para se posicionar sem a interferência do mercado norte-americano, que tem sido minado principalmente pelo noticiário do setor de tecnologia e preocupações com o ritmo de alta pelo Federal Reserve e o ritmo do crescimento da economia global", disse.

Em relatório, a estrategista do JPMorgan Emy Shayo disse que a mudança da direção macropolítica após quatro mandatos consecutivos do mesmo partido no poder prepara o caminho para a expansão dos lucros, enquanto a agenda de reformas, apesar da implementação barulhenta, segue em frente.

No portfólio para América Latina, o Brasil tem recomendação 'overweight' do banco, com alvo de 105.900 pontos para o Ibovespa no cenário básico para o final de 2019.

Destaques

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 3,2 e 2,3 por cento, respectivamente, pressionadas por ajustes ao movimentos dos seus ADRs na véspera e em meio a incertezas sobre a votação do projeto sobre cessão onerosa, que muitos esperavam para essa semana. Os ADRs da empresa, contudo, subiam nos EUA com a melhora do petróleo nesta sessão.

- GERDAU PN recuou 4,95 por cento, em dia ruim do setor siderúrgico. Estrategistas do Itaú BBA substituíram as ações PN da Gerdau em sua carteira "Brazil Buy List", citando preocupações sobre possível redução de tarifas de importação em produtos siderúrgicos. Na véspera, a japonesa Nippon Steel & Sumitomo Metal disse estar se preparando para um mercado de aço mais fraco na Ásia.

- LOJAS RENNER cedeu 1,94 por cento. Operadores citaram vendas fortes por corretoras que tradicionalmente negociam com estrangeiros.

- BRF subiu 4,9 por cento e JBS valorizou-se 4,3 por cento, na ponta positiva. Unidades produtivas das duas companhias estão entre os 26 estabelecimentos habilitados a exportar carne de aves para o México, conforme divulgado na segunda-feira.

- EMBRAER subiu 3,1 por cento. Jackson Schneider, presidente-executivo de Defesa e Segurança da fabricante de aviões, reuniu-se nesta tarde com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, mas detalhes da reunião não foram divulgados. Investidores seguem na expectativa de novidades sobre o acordo com a norte-americana Boeing.

- GOL PN subiu 4,4 por cento, após decisão de sua controlada Smiles de não entregar documentos pedidos por minoritários referentes a anúncio do plano de reorganização societária da companhia aérea, que inclui eventual incorporação da empresa de programas de fidelidade.

- CYRELA valorizou-se 0,8 por cento, em dia de alta das construtoras após o Senado aprovar o texto-base do projeto que regula rompimento de contratos de compra de imóveis residenciais. O BTG Pactual destacou que a notícia é positiva para as incorporadoras com foco em média e alta rendas. Ainda, o Itaú BBA incluiu a Cyrela em sua "Brazil Buy List".

- VALE recuou 1,5 por cento, apesar da alta das ações de suas pares na Europa

- BANCO DO BRASIL cedeu 0,23 por cento, enquanto seguem as expectativas em relação ao próximo presidente do banco de controle estatal. No setor, BRADESCO PN recuou 1,1 por cento, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com declínio de 1,3 por cento.

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