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Ibovespa tem leve alta com Petrobras e interrompe sequência de perdas

O destaque de hoje é a elevação das projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, 2025 e 2026 pelos analistas do Banco Central (BC) no Boletim Focus

Ibovespa: mercado interpreta novas projeções do Boletim Focus (Paulo Whitaker/Reuters Internet)

Ibovespa: mercado interpreta novas projeções do Boletim Focus (Paulo Whitaker/Reuters Internet)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 27 de maio de 2024 às 10h47.

Última atualização em 27 de maio de 2024 às 17h47.

O Ibovespa subiu 0,15% nesta segunda-feira, 27, e fechou o pregão em 124.496 pontos. A alta de hoje encerrou a sequência de quedas, que se estendeu por seis pregões seguidos. O tom negativo nos últimos dias teve como pano de fundo a leitura mais pessimista sobre a ata do Federal Reserve e falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a meta de inflação ser "exigentíssima" e "inimaginável". O movimento de hoje foi puxado principalmente pelas ações da Petrobras, que subiram cerca de 1%, recuperando parte das perdas registradas após a demissão do CEO Jean Paul Prates.

Sem o mercado americano, devido ao feriado, o pregão foi mais morno, com o Ibovespa oscilando perto da estabilidade pela maior parte do pregão.

Ibovespa hoje

  • Ibovespa: 0,15%, 124.496 

O destaque do dia foi o Boletim Focus, com economistas voltando a revisar para cima as projeções para os Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, 2025 e 2026. Foi a terceira semana consecutiva em que sobem as expectativas de inflação. A projeção para 2024 do IPCA subiu de 3,80% para 3,86%. Já o IPCA para 2025 foi elevado pela quarta semana consecutiva, de 3.74% para 3,75%. A inflação para 2026, após semanas inalteradas, foi de 3,50% para 3.58%, enquanto a de 2027 foi a única que se manteve em 3,50%.

Leonel Oliveira Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, explica que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem adotado em suas últimas falas uma postura mais dura em relação ao descolamento das expectativas inflacionárias. Isso, em sua análise, refletiu no Focus desta segunda, com as estimativas mais altas para o IPCA.

“Embora ainda esteja dentro da meta, o BC trabalha para trazer a inflação de volta ao centro dela, que é 3%. Por isso, se preocupa que a pressão inflacionária pode ser maior no Brasil. Assim há também uma percepção - em especial depois do comunicado e da ata - de que o Comitê de Política Monetária (Copom) está tendendo mais para adotar uma postura mais rígida, buscando reduzir o número de cortes da Selic ou o ritmo deles, de forma a atingir as metas inflacionárias no médio prazo”, pontua.

O consenso do Focus para a Selic de 2024 se manteve inalterada em 10% e em 9% para os anos seguintes. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) também se manteve em todos os anos, em 2,05% (2024) e 2% (2025, 2025 e 2027). Para o câmbio, as novas projeções apontam para R$ 5,05 ao final de 2024, frente aos R$ 5,04 anterior. Nos anos de 2025, 2026 e 2027, as estimativas do câmbio se mantiveram em R$ 5,05 (2025) e R$ 5,10 (2026 e 2027).

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