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Ibovespa hoje: Bolsa fecha em queda com volta de temores de inflação em Wall Street

Lucros dos grandes bancos americanos saem acima das expectativas, mas otimismo com setor é insuficiente para conter perdas

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 10h34.

Última atualização em 17 de outubro de 2022 às 17h29.

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, 14, seguindo a piora das bolsas de Wall Street diante da expectativa de juros mais altos e temores inflacionários. Mais cedo, o índice chegou a operar em alta, com investidores reagindo positivamente aos resultados de alguns dos principais bancos americanos divulgados pela manhã.

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo sofreu com a queda das cotações do petróleo e do minério de ferro, que fecharam o dia no negativo. O minério caiu 1,94% na Bolsa de Qingdao, na China, fechando em 96,95, abaixo da linha psicológica dos US$ 100. Com isso, as mineradoras brasileiras acabaram sendo derrubadas.

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O petróleo tipo Brent, por sua vez, caiu 3,07%, puxando para baixo as cotações da petrolíferas, principalmente da Petrobras:

Em Wall Street, onde os investidores continuam preocupados pelas consequências da inflação nos EUA. O Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) fui divulgado na última quinta-feira e veio acima das expectativas para o mês de setembro. Os dados provocaram uma reação imediata no mercado, com investidores precificando uma alta de juros do Federal Reserve mais dura para dezembro e derrubando o preço das ações. O índice S&P 500 chegou a cair abaixo de 3.500 pontos pela primeira vez desde novembro de 2020.

Nesta sexta-feira começou a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022, com os bancos americanos que, respeitando a tradição, inauguraram a temporada. Os lucros do J.P. Morgan , Citi, Wells Fargo e Morgan Stanley superaram as projeções do mercado, enquanto o Morgan Stanley apresentou receita abaixo do esperado. As altas porém, se demonstraram insuficientes para manter Wall Street no verde.

Dados do dia

As vendas do varejo americano de setembro saíram abaixo do esperado, ficando praticamente estável em relação ao mês anterior. O núceleo das vendas, no entanto, surpreendeu para cima, com alta de 0,1% ante consenso de queda de 0,1%.

No Brasil, o crescimento do setor de serviços de agosto saiu acima do esperado, com expansão mensal de 0,7% ante expectativa de 0,2% de alta. Na comparação anual, o setor cresceu 8% ante consenso de 6,9% de crescimento.

Economistas do Goldman Sachs descreveram como "sólida" a expansão do setor de serviços, mas alertaram que atividade deve ser prejudicada nos últimos meses do ano e no primeiro semestre de 2023. Menor efeito da reabertura econômica, aperto monetário e fiscal, altos níveis de endividamento das famílias e "reviravolta no ciclo de crédito" devem pesar negativamente, segundo a projeção do banco.

Petrobras (PETR3/PETR4) inicia processo de venda de subsidiária na Argentina

A Petrobras (PETR3/PETR4) iniciou a etapa de divulgação da oportunidade para a venda integral de sua participação acionária na Petrobras Operaciones, a Posa. A Posa é a subsidiária integral da Petrobras na Argentina e detentora de participação de 33,6% no Campo de Rio Neuquén.

A empresa diz que o anúncio está de acordo com as diretrizes para desinvestimentos e alinhada à estratégia de otimização do portfólio e à melhora de alocação do capital, "visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade".

Alpargatas (ALPA4) reduz pela metade prazo de entrega para mercado internacional

Com uma capacidade de expedir 1,3 milhão de pares de calçados por dia, o novo centro de distribuição (CD) da Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, poderia calçar todos os habitantes da maioria das cidades brasileiras.

A operação do novo CD, instalado na Paraíba, começa de forma piloto na próxima semana com o objetivo de aumentar a capacidade da companhia e mira, principalmente, o mercado externo, conta o presidente da companhia, Roberto Funari, em entrevista exclusiva à Exame Invest.

"É uma etapa importante, porque é a primeira vez que a empresa vai ter um CD com um perfil global, que tem capacidade de atender mercado interno e externo", diz o executivo. O objetivo da companhia é reduzir em 50% o tempo de entrega para o mercado externo, que hoje varia entre 90 e 100 dias. "Abre as portas para atendermos melhor, com tecnologia e com menores custos."

Camil (CAML3): lucro líquido encolhe 12% no 2º tri fiscal, para R$ 93,9 milhões

Com a demanda ainda firme por alimentos, em especial no exterior, e a entrada em novas categorias, a fabricante de alimentos Camil (CAML3) viu o volume vendido no segundo trimestre fiscal (encerrado em agosto) crescer 13,8% ante mesmo período do ano anterior.

A receita líquida avançou 21,5%, para R$ 2,70 bilhões. Mas os juros elevados seguiram abocanhando parte do desempenho da companhia e pesando sobre a linha final do balanço: o lucro líquido caiu 11,8%, para R$ 93,9 milhões.

No primeiro semestre, a queda foi de 11,2%, para R$ 190,7 milhões.

Ministro das Finanças britânico é substituído

O ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, foi demitido nesta sexta-feira pela primeira-ministra Liz Truss. Ambos os políticos são membros do Partido Conservador.

A decisão de remover Kwarteng, 47 anos, apenas 40 dias após sua nomeação, ocorreu após o desastrado anúncio de um pacote fiscal de cunho liberal no final de setembro, que derrubou os mercados financeiros em Londres, derrubou o valor da libra e desencadeou uma verdadeira crise da dívida soberana britânica, que obrigou o Banco da Inglaterra a intervir com compras maciças de títulos do governo.

O pacote fiscal previa cortes significativos de impostos financiados em déficit, por um valor de 40 bilhões de libras. Isso em um momento de elevada inflação no Reino Unido, crise global e do aumento das taxas básicas de juros.

A primeira-ministra do Reino Unido Jeremy Hunt para substituir Kwasi Kwarteng como novo ministro das Finanças do Reino Unido. Além disso, Truss descartou os cortes de impostos sobre as empresas que tinham sido apresentados no pacote fiscal apresentado no final de setembro.

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