Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3: Ibovespa recua sob influência de bolsas americanas (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 3 de junho de 2022 às 17h29.
Ibovespa hoje: o principal índice da B3 fechou em queda nesta sexta-feira, 3, seguindo o mau humor internacional. Lá fora, as bolsas recuaram após o mercado de trabalho dos Estados Unidos mostrar uma recuperação mais forte que o esperado.
O relatório de empregos não agrícolas (payroll), o mais aguardado do mercado americano, surpreendeu para cima. Foram criados 390.000 empregos não agrícolas em maio ante consenso de 325.000. O número de empregos privados também superou as estimativas, ficando em 333.000.
O que é boa notícia para a economia, é fonte de preocupação para as bolsas. A atividade econômica americana mais forte abre caminho para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano), suba a taxa de juros.
“Existe um temor muito grande de como o mercado pode reagir a esses choques de retirada de estímulos, que não tem precedente histórico considerando o tamanho dos incentivos”, avaliou Rodrigo Marcatti economista e CEO da Veedha Investimentos.
A consequência foi um dia de fortes quedas nas bolsas americanas, que influenciam negativamente o Ibovespa. Com o resultado, o índice acumulou queda de 0,75% na semana.
O índice de tecnologia Nasdaq foi o mais prejudicado em um cenário de juros mais altos. Nesta sexta, o índice sofreu ainda mais por conta da pressão negativa da Tesla. Os papéis da empresa de Musk recuaram mais de 9% com investidores repercutindo a notícia da Reuters de que a empresa precisa demitir 10% de seus cerca de 100.000 funcionários.
Listada no exterior, a brasileira Stone disparou mais de 13%, na contramão do setor. Investidores reagem positivamente à divulgação do balanço da companhia, que mostrou recuperação da rentabilidade.
Expectativas de juros mais altos na maior economia do mundo tiveram efeito em cadeia no mercado global, e o dólar passou a ganhar força no mundo. O dollar index, que mede o desempenho da moeda frente a outras divisas fortes, subiu 0,3%. Contra o real, a moeda americana fechou em leve queda.
Na bolsa brasileira, ações de empresas de crescimento ficaram entre as maiores quedas, conforme investidores voltam a questionar a capacidade de expansão diante de um cenário mais desafiador.
Na ponta positiva, as ações da Petrobras ficaram entre as maiores altas, acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional. Nos pregões anteriores, os papéis não conseguiram acompanhar a commodity devido ao risco de interferência política.