Mercados

Ibovespa fecha quase estável após sessão de ajustes sem viés único

Índice de referência do mercado acionário brasileiro encerrou com variação negativa de 0,14%, a 85.524,70 pontos

Ibovespa: menor volume foi negociado, com agentes financeiros ajustando posições após quedas expressivas na última semana, enquanto acompanham as movimentações relacionadas à transição de governo no país (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: menor volume foi negociado, com agentes financeiros ajustando posições após quedas expressivas na última semana, enquanto acompanham as movimentações relacionadas à transição de governo no país (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 18h40.

Última atualização em 12 de novembro de 2018 às 18h46.

São Paulo - O Ibovespa fechou quase estável nesta segunda-feira, 12, após trocar de sinal diversas vezes durante a sessão, que teve menor volume negociado, com agentes financeiros ajustando posições após quedas expressivas na última semana, enquanto acompanham as movimentações relacionadas à transição de governo no país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,14 por cento, a 85.524,70 pontos, após oscilar da máxima de 86.227,44 pontos à mínima de 85.009,29 pontos. O volume financeiro somou 10,67 bilhões de reais, ante uma média no mês de 15,7 bilhões de reais e uma média no ano de 11,9 bilhões de reais.

"Foi um pregão de ajustes", avaliou o analista Filipe Villegas, da corretora Genial. De acordo com ele, as ações brasileiras passaram por forte realização de lucros na última semana, o que deixou o Ibovespa próximo do suporte gráfico de 85.500 pontos, que Villegas considera atrativo.

Na semana passada, o Ibovespa recuou 3,1 por cento, encerrando uma série de cinco semanas com ganhos acumulados. Alguns papéis do índice, contudo, tiveram quedas mais fortes no período, como Magazine Luiza, que caiu quase 14 por cento e nesta sessão foi destaque de alta.

Villegas disse que a notícia de que o ex-ministro Joaquim Levy presidirá o BNDES no próximo governo agradou, mas que o efeito foi atenuado por "trepidações" na transição, em particular quanto à reforma da Previdência e às negociações com os parlamentares.

Em relação ao tema, equipe da Santander Corretora citou em comentário a clientes mais cedo que o mercado tem mostrado desconforto com a falta de avanço da reforma da Previdência, que por sua vez tem refletido a dificuldade do presidente eleito de negociar com o Congresso Nacional.

Na tarde desta segunda-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse, após conversar com o seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que ambos avaliam que a reforma da Previdência dificilmente será aprovada neste ano. Na mesma linha, o coordenador da transição e futuro ministro da Casa Civil, Ônyx Lorenzoni, afirmou também nesta segunda-feira que ouviu de dezenas de parlamentares que o cenário não é favorável para votar este ano a proposta de emenda à Constituição que trata da mudança nas regras da Previdência.

Os ajustes a eventuais excessos nos papéis locais na semana passada limitaram um contágio das fortes perdas nesta sessão nos pregões norte-americanos, minados por notícias corporativas como corte nas previsões de receita e lucro da Apple por um fornecedor da gigante de tecnologia.

O S&P 500 recuava 1,5 por cento no final do pregão. O fundo de ação (ETF) iShares MSCI Brazil listado nos Estados Unidos caía 1,4 por cento

Destaques

- GERDAU PN caiu 4,22 por cento, maior declínio do Ibovespa, em sessão negativa para ações de siderúrgicas. USIMINAS PNA perdeu 3,19 por cento e CSN encerrou em baixa de 2,51 por cento.

- VALE fechou em alta de 0,37 por cento, resistindo à piora das ações de mineradoras na Europa, após recuar quase 5 por cento na semana passada.

- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com acréscimo de 0,28 por cento e BRADESCO PN teve variação negativa de 0,08 por cento, em sessão sem viés único entre os bancos listados no Ibovespa, com BANCO DO BRASIL subindo 1,64 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT valorizando-se 1,1 por cento.

- PETROBRAS PN fechou com variação negativa de 0,51 por cento, conforme os preços do petróleo perderam fôlego. Bolsonaro também afirmou nesta segunda-feira que não há ainda decisão sobre quem comandará a petrolífera de controle estatal, o que pode acontecer na terça-feira. O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, também afirmou nesta segunda-feira ter expectativa de que o projeto de lei da cessão onerosa possa ser aprovado nesta semana no Senado.

- MAGAZINE LUIZA avançou 4,88 por cento, recuperando parte das perdas da semana passada, que chegaram a 13,85 por cento, em dia positivo para papéis de varejista com forte atuação no comércio eletrônuco. B2W fechou em alta de 5,78 por cento e VIA VAREJO UNIT valorizou-se 1,64 por cento, tendo ainda o evento Black Friday no radar.

- SABESP subiu 2,33 por cento, após convênio de cooperação assinado na última sexta-feira entre o governo paulista e a prefeitura de Guarulhos (SP), uma das etapas para permitir que a Sabesp ofereça serviços de água e saneamento na segunda maior cidade paulista e que resolve uma dívida do município com a empresa da ordem de 3,3 bilhões de reais.

- CIELO caiu 0,66 por cento, a 10,53 reais, menor preço de fechamento desde dezembro de 2012. No pior momento da sessão, chegou a 10,25 reais, mínima intradia desde novembro de 2012. O BTG Pactual revisou estimativas e reduziu o preço-alvo a 11 reais, citando uma realidade muito mais difícil para a maior companhia de meios de pagamentos do país.

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