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Ibovespa fecha em queda de mais de 2% com temores sobre inflação global

Expectativa de aperto monetário mais acelerado por parte do Fed derruba ações de tecnologia e moedas emergentes

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 4 de outubro de 2021 às 17h29.

Última atualização em 4 de outubro de 2021 às 17h51.

O Ibovespa fechou em queda de 2,22%, em 110.393 pontos, nesta segunda-feira, 4. O movimento acompanhou o das principais bolsas internacionais, que voltaram a sofrer com preocupações sobre a alta global de preços. Com a inflação se mostrando persistente, principalmente, nos Estados Unidos, investidores temem que o Federal Reserve (Fed) possa fazer um aperto monetário mais rápido do que o inicialmente esperado.

Com o rendimentos dos títulos do tesouro americano em alta, o dólar se fortaleceu frente às moedas emergentes do mundo todo. No Brasil, o dólar subiu 1,43% e fechou sendo negociado a 5,446 reais.

Em Wall Street, empresas com perspectivas de crescimento mais longas, como costumam ser as de tecnologia, tiveram mais um dia de fortes perdas, com o mercado precificando taxas de empréstimos mais altas. O índice Nasdaq, mais atrelado ao setor, caiu 2,14%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones, com maior peso de empresas ligadas à economia tradicional, caíram 1,26% e 0,95%, respectivamente. O destaque negativo ficou com as ações do Facebook, que caíram 4,89% na Nasdaq, prejudicadas ainda pela pane de suas redes sociais.

As preocupações com a inflação também cresceram na Europa. Nesta manhã, o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, afirmou que a postura expansionista do BCE teria que mudar se a inflação se tornar permanente na região – o aumento dos preços na zona do euro saltou para 3,4% no mês passado. A declaração aumentou a percepção de um aperto monetário por parte do BCE.

No Brasil, a inflação – e novas elevações na taxa Selic – também são fonte de preocupação. Os economistas do mercado financeiro elevaram mais uma vez suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no relatório Focus divulgado hoje. As projeções passaram de 8,45% na semana passada para 8,51% nesta segunda-feira. Para 2022 a previsão subiu de 4,12% para 4,11%.

Destaques

Assim como nos Estados Unidos A aversão a empresas de tecnologia estiveram entre as maiores baixas do pregão. Na ponta negativa do Ibovespa, estiveram as fintechs Banco Inter (BIDI11) e Banco Pan (BPAN4), que tivera respectivas perdas de 13,42% e 10,6%. Além das pressões sobre o setor, no radar dos investidores estiveram a prévia do resultado do terceiro trimestre do Inter e a compra da Mosaico (MOSI3) pelo Pan. As ações da Mosaico, que chegaram a disparar 20% durante o pregão, fecharam em alta de 5,55%. Méliuz (CASH3) caiu 8,27%, Totvs (TOTS3), 5,17% e  Locaweb (LWSA3), 2,27%.

Entre os setores com maior participação no Ibovespa, o financeiro esteve entre as maiores contribuições para a queda do índice, com destaque para a desvalorização de 6,27% da B3 (B3SA3). Na frente dos grandes bancos, o Santander (SANB11) liderou as perdas, recuando 3%. Bradesco (BBDC4) fechou em baixa de 2,83%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,18% e o Itaú (ITUB4), 0,51%.

Com a maior participação individual do índice, as ações da Vale (VALE3) caíram 0,93%. As perdas, porém, foram amenizadas pelos papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), que acompanharam a alta do petróleo no mercado internacional. As preferenciais da estatal subiram 2,82%, liderando as valorizações do índice, e as ordinárias, 2,44%.

No exterior, o petróleo brent, referência para a política de preços da companhia, saltou 2,5%, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) decidir manter o acordo para elevar a produção de petróleo em 400.000 barris por dia em novembro, apesar da pressão de consumidores para esfriar o mercado da commodity. 

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