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Ibovespa fecha em queda com risco fiscal ofuscando alta no exterior

Petrobras e Itaú sobem mais de 1% e amenizam perdas do índice; Qualicorp despenca mais de 15% após resultado

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 17h35.

Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 13h29.

O Ibovespa caiu 0,12% para 122.056 pontos nesta quarta-feira, 11, sem conseguir acompanhar o tom positivo das bolsas internacionais, após dados da inflação americana ter amenizado as preocupações sobre a alta de preços nos Estados Unidos e retirada de estímulos por parte do Federal Reserve. Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P 500 subiram 0,62% e 0,24%, respectivamente. O Nasdaq caiu 0,16%.

Divulgado ainda pela manhã, o Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) ficou 0,5% em julho, mantendo a inflação acumulada de 12 meses em 5,5%. O resultado acalmou os investidores no exterior, que temiam resultados piores.

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Por aqui, investidores reagiram aos últimos balanços corporativos e monitoram, principalmente, os riscos fiscais, que envolvem acriação do programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, e PEC dos precatórios e alterações no imposto de renda. O parcelamento de precatórios, inclusive, é visto como uma tentativa de calote por parte do mercado.

Nesse cenário, os impactos foram sentidos principalmente no câmbio, com o dólarcomercial fechando em alta de 0,47%, vendido a 5,221 reais. "Foi um movimento de proteção dos investidores locais em função da cautela fiscal com a retirada da regra de ouro da PEC dos precatórios", afirma em nota Guilherme Esquelbek, analista da corretora de câmbio Correparti.

O movimento foi na contramão de apresentado em outras economias emergentes. Contra o peso mexicano, principal par do real, o dólar caiu 0,75%."No exterior, o dólar caiu com a expectativa de que a inflação ao consumidor americano já tenha atingido o pico", diz Camila Abdelmalack economista-chefe da Veedha Investimentos.

Investidores locais ainda repercutiram as vendas do varejo, que tiveram queda de 1,7% em junho frente ao mês anterior. A expectativa do mercado era de um avanço de 0,7%,segundo pesquisa da Reuters. Além de o resultado representar a maior retração do setor neste ano, é a segunda maior para um mês de junho desde o início da pesquisa em 2000, segundo o IBGE. As vendas cresceram 6,3% na comparação anual, também abaixo das expectativas de alta de 8,6%.

“O comércio varejista frustrou muito as expectativas, com uma desaceleração bem além da esperada”, comenta, em nota, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. Os dados, no entanto, não devem ter grande impacto no crescimento do PIB. “O sinal é negativo, mas a representatividade do comércio no PIB é muito menos expressiva do que os serviços que serão divulgados amanhã. Nossa perspectiva de PIB segue em 4,5% para este ano”, diz.

Destaques da bolsa

Com a segunda maior participação do Ibovespa, a Petrobras (PETR3/PETR4) impediu uma queda ainda mais acentuada, subindo mais de 1%, após anunciar reajuste no preço da gasolina. Com o maior peso do setor financeiro, o Itaú (ITUB4) subiu 1,1%, também estancando as perdas.

Entre as maiores altas figuraram as varejistas, mesmo com dados negativos do setor. A Via (VVAR3, ex-Via Varejo), que apresenta resultado nesta noite, subiu 1,72%, enquanto a Magazine Luiza (MGLU3), que também divulga resultado nesta semana, avançou 2,50%. Entre os componentes do Ibovespa, a alta só foi menor que a da Hering (HGTX3) que subiu 3,53%.

Investidores também se anteciparam ao balanço da JBS (JBSS3), que subiu 1,51% antes do resultado, previsto para esta noite. A Marfrig (MRFG3), que surpreendeu analistas em balanço d ivulgado na noite de ontem, fechou em alta de 0,66%.

Por outro lado, o pregão foi duro para os acionistas da Qualicorp (QUAL3), que despencou 15,57%, com investidores reagindo ao balanço do segundo trimestre, divulgado na última noite. No período, aempresa teve queda de 28% no lucro líquido. O BTG Pactual digital atualizou as estimativas para a companhia e rebaixou o preço-alvo de 30 para 27 reais por ação.

A RaiaDrogasil (RADL3) também frustrou as estimativas, com o Ebitda ajustado de 497,1 milhões de reais contra 534,3 milhões de reais esperados. Os papéis caíram 3,98%.

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