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Ibovespa fecha em queda com dúvidas sobre impeachment e Fed

O Ibovespa fechou em queda em meio a dúvidas crescentes sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e apostas de alta dos juros nos EUA

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: o Ibovespa caiu 1,95 por cento, a 48.096 pontos (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 17h48.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, em meio a dúvidas crescentes sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, com agentes financeiros também repercutindo ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.

O Ibovespa caiu 1,95 por cento, a 48.096 pontos. Na mínima, recuou 2,4 por cento, para abaixo dos 48 mil pontos.

O volume financeiro do pregão somou 5,99 bilhões de reais, novamente abaixo da média diária do mês anterior.

Segundo profissionais do mercado, eventos recentes na cena política reduziram as "certezas" de que a presidente sofrerá impeachment, o que abrandou o ímpeto comprador, principalmente após fortes ganhos em março.

O economista Eduardo Buccini, da Rio Bravo Investimentos, observou que os preços no mercado vinham refletindo não apenas uma chance elevada de impeachment como um caminho tranquilo até tal desfecho, "e não é o que está acontecendo". "Muitos no mercado e nós também acreditamos que (o impeachment) ainda deve acontecer, mas será um processo difícil. O governo já deixou claro que vai lutar até o fim", afirmou.

Nesta sessão, endossou a cautela decisão do PP de seguir na base de apoio ao governo e a orientação do comando do partido pelo voto contra o impedimento, segundo o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI).

Ainda em Brasília, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou relatório favorável à abertura de processo de impeachment em comissão da Câmara dos Deputados, que deve ser votado na segunda-feira.

Nos EUA, a ata da última decisão de política monetária do Fed mostrou que autoridades do banco central do país debateram em março se seria necessário subir juros em abril, mas o consenso foi de que os riscos provocados pela desaceleração econômica global autorizavam uma postura cautelosa.

Após a ata, operadores aumentaram levemente as apostas de que o Fed vai subir juros antes de dezembro.

DESTAQUES

- BRADESCO caiu 3,07 por cento e ITAÚ UNIBANCO perdeu 2,86 por cento, a maior pressão de baixa no Ibovespa dada a relevante fatia de ambos no índice, reflexo de cautela de agentes financeiros com a possibilidade de não haver mudança de governo e, consequentemente, no cenário econômico. - PETROBRAS fechou com as ações preferenciais em queda de 3,19 por cento, enquanto os papéis ordinários caíram 0,92 por cento, apesar do forte avanço dos preços do petróleo, enquanto segue vulnerável a expectativas atreladas aos desdobramentos do cenário político.

- VALE fechou com as preferenciais em queda de 2,4 por cento, com o declínio dos preços do minério de ferro à vista na China, além de corte na projeção de investimentos da mineradora em 2016 para 5,5 bilhões de dólares. - MARFRIG avançou 2,99 por cento, melhor desempenho do índice, após a empresa de alimentos acertar a venda de unidades na Argentina para a Black Bamboo Enterprises, do grupo chinês Foresun, por cerca de 75 milhões de dólares.

- CETIP ganhou 1,06 por cento e BM&FBOVESPA recuou 4,23 por cento, com agentes financeiros na expectativa de anúncio em breve de fusão de ambas, que disseram mais cedo não haver informações novas a serem divulgadas sobre o tema. No melhor momento, pela manhã, Cetip subiu mais de 2 por cento, para máxima histórica intradia, a 41,64 reais.

Texto atualizado às 17h47

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São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, em meio a dúvidas crescentes sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, com agentes financeiros também repercutindo ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.

O Ibovespa caiu 1,95 por cento, a 48.096 pontos. Na mínima, recuou 2,4 por cento, para abaixo dos 48 mil pontos.

O volume financeiro do pregão somou 5,99 bilhões de reais, novamente abaixo da média diária do mês anterior.

Segundo profissionais do mercado, eventos recentes na cena política reduziram as "certezas" de que a presidente sofrerá impeachment, o que abrandou o ímpeto comprador, principalmente após fortes ganhos em março.

O economista Eduardo Buccini, da Rio Bravo Investimentos, observou que os preços no mercado vinham refletindo não apenas uma chance elevada de impeachment como um caminho tranquilo até tal desfecho, "e não é o que está acontecendo". "Muitos no mercado e nós também acreditamos que (o impeachment) ainda deve acontecer, mas será um processo difícil. O governo já deixou claro que vai lutar até o fim", afirmou.

Nesta sessão, endossou a cautela decisão do PP de seguir na base de apoio ao governo e a orientação do comando do partido pelo voto contra o impedimento, segundo o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI).

Ainda em Brasília, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou relatório favorável à abertura de processo de impeachment em comissão da Câmara dos Deputados, que deve ser votado na segunda-feira.

Nos EUA, a ata da última decisão de política monetária do Fed mostrou que autoridades do banco central do país debateram em março se seria necessário subir juros em abril, mas o consenso foi de que os riscos provocados pela desaceleração econômica global autorizavam uma postura cautelosa.

Após a ata, operadores aumentaram levemente as apostas de que o Fed vai subir juros antes de dezembro.

DESTAQUES

- BRADESCO caiu 3,07 por cento e ITAÚ UNIBANCO perdeu 2,86 por cento, a maior pressão de baixa no Ibovespa dada a relevante fatia de ambos no índice, reflexo de cautela de agentes financeiros com a possibilidade de não haver mudança de governo e, consequentemente, no cenário econômico. - PETROBRAS fechou com as ações preferenciais em queda de 3,19 por cento, enquanto os papéis ordinários caíram 0,92 por cento, apesar do forte avanço dos preços do petróleo, enquanto segue vulnerável a expectativas atreladas aos desdobramentos do cenário político.

- VALE fechou com as preferenciais em queda de 2,4 por cento, com o declínio dos preços do minério de ferro à vista na China, além de corte na projeção de investimentos da mineradora em 2016 para 5,5 bilhões de dólares. - MARFRIG avançou 2,99 por cento, melhor desempenho do índice, após a empresa de alimentos acertar a venda de unidades na Argentina para a Black Bamboo Enterprises, do grupo chinês Foresun, por cerca de 75 milhões de dólares.

- CETIP ganhou 1,06 por cento e BM&FBOVESPA recuou 4,23 por cento, com agentes financeiros na expectativa de anúncio em breve de fusão de ambas, que disseram mais cedo não haver informações novas a serem divulgadas sobre o tema. No melhor momento, pela manhã, Cetip subiu mais de 2 por cento, para máxima histórica intradia, a 41,64 reais.

Texto atualizado às 17h47

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