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Ibovespa fecha em queda com cautela antes de referendo

A Bovespa fechou em baixa e interrompeu sequência de cinco altas hoje


	Bovespa: o Ibovespa recuou 1,34 por cento, a 50.156 pontos. O giro financeiro foi de 6,5 bilhões de reais
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Bovespa: o Ibovespa recuou 1,34 por cento, a 50.156 pontos. O giro financeiro foi de 6,5 bilhões de reais (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2016 às 17h54.

São Paulo - A Bovespa fechou em baixa e encerrou sequência de cinco altas nesta quarta-feira, com investidores buscando se proteger de risco antes do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, que ocorre na quinta-feira.

O Ibovespa recuou 1,34 por cento, a 50.156 pontos. O giro financeiro foi de 6,5 bilhões de reais.

Os mercados externos assumiram um tom cauteloso, com Wall Street no vermelho e o petróleo fechando em queda, em meio a pesquisas de opinião que mostram disputa acirrada entre a campanha pela permanência e a pela saída britânica do bloco europeu. Pesquisas das empresas Opinium e TNS mostraram que a campanha pela saída tem uma vantagem de 1 a 2 pontos sobre a pela permanência.

"Como as pesquisas estão muito emparelhadas, não está muito definido se vai continuar ou sair, muita gente está tirando o risco das carteiras", disse o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora, acrescentando que o movimento foi exacerbado na Bovespa porque o índice subiu nos últimos cinco pregões.

A atenção ao tema nos mercados ocorre por conta de temores de que uma eventual saída do Reino Unido da UE poderia afetar a economia global e reduzir a disposição de investidores de assumir riscos.

A queda da bolsa ocorreu a despeito de alguma melhora no cenário doméstico, com participantes do mercado destacando mostras de força do governo interino de Michel Temer, após aprovação no Senado da Lei de Responsabilidade das Estatais.

DESTAQUES

--KROTON recuou 3,19 por cento após subir mais de 8 por cento em dois dias, enquanto ESTÁCIO perdeu 0,51 por cento, em meio negociações para consolidação do setor educacional. A Ser Educacional disse à Reuters estar disposta a rediscutir os termos de sua proposta de fusão com a Estácio, em meio à melhora da proposta feita pela Kroton.

Em paralelo, o site da Revista Exame publicou que os empresários Chaim Zaher, segundo maior acionista e presidente-executivo interino da Estácio, e João Carlos Di Genio, fundador do grupo de educação Unip, estão discutindo uma fusão das redes de ensino. A ação da Kroton caiu em meio ao temor de que, como está havendo disputa pela Estácio, um preço mais alto que o considerado razoável poderia ser pago.

--VALE ganhou 2,49 por cento nas preferenciais e subiu 1,6 por cento nas ordinárias, após alta dos preços do aço e do minério de ferro com melhora na demanda.A companhia disse na terça-feira que segue em busca de uma "parceria estratégica" na área de fertilizantes, além de estudar alternativas de venda de ativos de minério de ferro para fortalecer seu balanço.

--ELETROPAULO, fora do Ibovespa, subiu 8,89 por cento com a notícia de que a elétrica italiana Enel pretende fazer uma oferta pela distribuidora de energia elétrica caso o ativo vá a mercado, segundo afirmou a companhia na terça-feira. Contudo, a Eletropaulo disse que desconhece qualquer negociação sobre possível venda de seu controle.

--ELETROBRAS subiu 6,84 por cento, com a informação de que Wilson Ferreira Jr, atual presidente da CPFL, que deixará a empresa em 1º de julho, será o novo presidente do grupo Eletrobras, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. Ferreira Jr. é um técnico amplamente reconhecido pelo mercado. O papel não integra o Ibovespa.

--PETROBRAS fechou em queda de 1,99 por cento nas preferenciais, depois subir mais de 2 por cento durante o pregão, uma vez que o petróleo acabou fechando em queda de mais de 1 por cento por conta de dados de estoques nos Estados Unidos. Os papéis ordinários recuaram 2,43 por cento.

--CEMIG subiu 7,69 por cento, maior alta do Ibovespa, com notícias de fusões e aquisições no setor elétrico trazendo ao mercado a percepção de que ativos considerados baratos no setor elétrico voltam a ser avaliados como possíveis alvos, segundo o operador Alexandre Soares, do BGC Liquidez. A estatal mineira de energia já afirmou, em maio, que decidiu que focará na venda de ativos para reduzir sua alavancagem.

--FIBRIA, JBS e BRF, todas exportadoras, fecharam em baixa com a queda do dólar ante o real.

--GOL, fora do Ibovespa, teve valorização de 6,43 por cento, com o mercado ainda repercutindo aprovação pela Câmara dos Deputados de projeto que põe fim ao limite de participação de capital estrangeiro em aéreas brasileiras. O papel subiu apesar da queda de 7,7 por cento da demanda doméstica da companhia em maio, com redução de 6,3 por cento da oferta.

Texto atualizado às 17h53
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