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Ibovespa fecha em queda após mensagem mista do payroll nos EUA

Principal indicador do mercado de trabalho americano sugere espaço para aperto monetário mais duro pelo Fed, mas alivia temor de recessão

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de julho de 2022 às 17h40.

Última atualização em 8 de julho de 2022 às 18h29.

Depois da disparada de 2% ontem, o Ibovespa voltou a cair nesta sexta-feira, 8. O principal índice da B3 encerrou o dia em queda. O resultado devolveu parte dos ganhos da véspera, mas ainda assim o Ibovespa conseguiu encerrar a semana em alta de 1,35%, sem perder a marca dos 100 mil pontos.

A montanha-russa no mercado é causada pelo temor de recessão nos Estados Unidos, que voltou a ser assunto dos investidores no pregão desta sexta. O payroll, dado considerado o mais importante do mercado de trabalho americano, foi divulgado nesta manhã e trouxe reações ambíguas.

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O payroll revelou a criação de 372 mil empregos não agrícolas em junho, mais de 100 mil acima do consenso de mercado, de 268 mil.

A surpresa positiva afasta os temores de recessão na economia dos EUA. "Com o resultado de hoje, o motor de emprego americano não mostra sinais mais severos de desaceleração e sugere que o Fed não está atingindo seu objetivo de desaquecer a atividade econômica a ponto de controlar a inflação", afirmou Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital.

"Todos os dados que temos disponíveis indicam que, se os EUA entrarem em recessão causada pelo aumento das taxas de juro, a desaceleração será relativamente amena", disse Vaz.

Por outro lado, o número muito mais forte do que o esperado dá margem para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) intensifique ainda mais seu aperto monetário na busca por controlar a inflação que está em patamares históricos nos Estados Unidos.

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Em Wall Street, a leitura do payroll causou reações mistas, com os principais índices encerrando o dia sem direção definida.

No câmbio, o dólar caiu forte ante o real pelo segundo dia consecutivo. Com a recessão deixando de ser um problema imediato, investidores estiveram mais abertos ao risco, derrubando a força da moeda americana.

Destaques de ações

Investidores voltaram as apostas para o mercado de commodities. O petróleo brent, que era negociado próximo da mínima do dia, a US$ 103 por barril, saltou para US$ 106 após a os dados de emprego dos Estados Unidos.

A valorização do petróleo ajudou a impulsionar os papéis do setor na bolsa. 3R (RRRP3) e PetroRio (PRIO3) figuram na ponta do Ibovespa.

Entre as ações com maior peso do índice, a Petrobras (PETR3/PETR4) subiu mais de 1% e ajudou a segurar a queda do Ibovespa.

Mas a Vale (VALE3) , que é a maior ação da carteira teórica do índice, teve um pregão negativo e puxou o índice para o lado contrário. A mineradora caiu mais de 2% com a queda do minério de ferro no exterior, e impediu a virada do Ibovespa para o positivo.

No caso da Vale, a preocupação ainda é a política de covid zero na China, que pode afetar a demanda pelo minério de ferro.

Entre as maiores altas do dia, as ações de varejistas e de companhias ligadas ao setor doméstico subiram pelo segundo pregão consecutivo após o IPCA vir abaixo do esperado. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial do Brasil, subiu 0,67% em junho, abaixo da estimativa de 0,71% na comparação mensal.

A aérea Azul (AZUL4) liderou os ganhos, beneficiada pela queda do dólar e pela divulgação de seus resultados operacionais. A demanda por voos da empresa subiu 40,1% em junho.

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