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Ibovespa fecha em baixa com cenário externo desfavorável

O Ibovespa caiu 0,5 por cento, a 85.044 pontos

Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 11,13 bilhões de reais (Germano Lüders/Site Exame)

Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 11,13 bilhões de reais (Germano Lüders/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2018 às 17h10.

Última atualização em 25 de abril de 2018 às 17h42.

São Paulo - O principal índice de ações da B3 fechou em queda nesta quarta-feira, contaminado pelo menor apetite a risco no exterior e desconforto em relação ao cenário político, com resultados corporativos também atraindo as atenções dos investidores, entre eles o do Santander Brasil e da Fibria.

O Ibovespa caiu 0,5 por cento, a 85.044 pontos. O volume financeiro do pregão somou 11,13 bilhões de reais.

"O mercado ainda está digerindo a alta do Treasury para o patamar de 3 por cento", disse o gestor de uma corretora do Rio de Janeiro.

O rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro norte-americano superou 3 por cento nesta sessão, com o nervosismo acerca do crescente endividamento daquele governo estimulando vendas, assim como preocupações com a inflação e apostas de mais altas dos juros pelo Federal Reserve.

O movimento nos Treasuries enfraqueceu também Wall Street, em meio à apreensão sobre efeito nos custos das empresas. O S&P 500 fechou com variação positiva de 0,18 por cento, após sessão volátil, que incluiu balanços mais positivos, como o da fabricante de aviões Boeing.

No Brasil, o noticiário político também trouxe desconforto, disseram profissionais da área de renda variável, citando a pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial no Estado de São Paulo mostrando o pré-candidato do PSDB Geraldo Alckmin empatado com o adversário Jair Bolsonaro (PSL).

Eles também citaram como outro evento desfavorável na cena local a decisão da Segunda Turma do STF retirando dos processos que estão nas mãos do juiz federal Sérgio Moro trechos de delações feitas por executivos da Odebrecht que implicam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. [nL1N1S12FT]

Destaques

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON cederam 2,99 e 3,17 por cento, respectivamente, em meio a notícias na mídia de que o leilão da cessão onerosa pode não ocorrer este ano. Duas fontes com conhecimento direto sobre o assunto disseram à Reuters que governo federal e Petrobras seguem com as discussões sobre o contrato de cessão onerosa, mas sem avanços concretos.

- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 3,06 por cento, mesmo após avaliação positiva de analistas para o resultado do banco no primeiro trimestre, com forte crescimento do lucro e rentabilidade recorde. O BTG Pactual disse que o resultado foi muito bom, mas destacou a ajuda da tesouraria. O Morgan Stanley elevou o preço-alvo do ADR de 9 para 10 dólares. No ano, a unit do Santander Brasil ainda sobe quase 25 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,59 por cento e BRADESCO PN , que divulga resultado na quinta-feira antes da abertura da bolsa, subiu 1,22 por cento. Ainda no setor, BANCO DO BRASIL fechou em alta de 1,31 por cento, revertendo perdas da primeira parte da sessão.

- FIBRIA ON fechou com acréscimo de 0,52 por cento, após balanço que mostrou Ebitda ajustado de 1,824 bilhão de reais nos três meses encerrados em março, ante 644 milhões de reais apurados um ano atrás. Analistas do Santander consideraram os números "decentes", mas destacaram que os benefícios serão capitalizados pela SUZANO , que subiu 3,98 por cento. As duas empresas anunciaram no mês passado a união das suas operações.

- TELEFÔNICA BRASIL PN caiu 0,53 por cento, com analistas considerando que os números da operadora, que atua sob a marca Vivo, ficaram em linha com as expectativas no primeiro trimestre. No período, a empresa teve alta de 10,2 por cento no lucro líquido contábil, a 1,098 bilhão de reais, com aumento da receita e queda dos custos operacionais.

- VALE ON cedeu 0,75por cento, tendo como pano de fundo o recuo dos preços do minério de ferro na China, com investidores à espera do resultado da mineradora, após o fechamento da bolsa.

- HAPVIDA ON , que não está no Ibovespa, saltou 22,77 por cento, a 28,85 reais, em sua estreia na bolsa brasileira, após a operadora de planos de saúde precificar sua oferta inicial de ações a 23,50 reais no começo da semana, em operação que movimentou 3,43 bilhões de reais.

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