Ibovespa fecha em alta de 0,87% amparado por commodities
O noticiário corporativo começa a ganhar corpo, conforme avança a temporada de balanços e o cenário político permanece mais tranquilo
Reuters
Publicado em 25 de julho de 2017 às 18h22.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 22h32.
São Paulo - O índice de referência da bolsa paulista fechou em alta nesta terça-feira, amparado principalmente no ganhos de commodities que impulsionaram as ações da Vale e da Petrobras.
O Ibovespa fechou em alta de 0,87 por cento, a 65.667 pontos. O giro financeiro somou 7,37 bilhões de reais.
A sessão marcou a estreia da negociação na bolsa paulista B3 dos recebidos de ações da farmacêutica Biotoscana. O papel fechou a 27,27 reais, alta de 2,91 por cento em relação à precificação de sua oferta inicial (IPO, na sigla em inglês), de 26,50 reais.
O noticiário corporativo também começa a ganhar corpo, conforme avança a temporada de balanços trimestrais, enquanto o cenário político permanece mais tranquilo diante do recesso parlamentar.
Embora mais esvaziado, o noticiário político segue no radar, com as atenções voltadas para a capacidade do governo de cumprir a meta fiscal deste ano e para as articulações do presidente Michel Temer para barrar denúncia contra ele por corrupção no plenário da Câmara dos Deputados.
"Essa dúvida em relação ao fiscal começou a ganhar corpo recentemente, mesmo após o aumento de impostos (sobre combustíveis)... A gente pode até terminar o ano cumprindo a meta, mas está muito apertado e qualquer frustração de receita faz com que a gente não alcance", disse o economista da corretora Guide Investimentos, Ignacio Crespo Rey.
Ainda dentro dos esforços para reforçar o caixa, o Ministério do Planejamento informou na véspera que o governo federal prepara um Plano de Demissão Voluntária (PDV) e de jornada de trabalho reduzida com remuneração proporcional para servidores do Executivo.
Destaques
- VALE PNA subiu 4,67 por cento e VALE ON avançou 5,08 por cento, maior ganho do Ibovespa, em sessão de alta de mais de 3 por cento para os contratos futuros do minério de ferro na China, o que impulsionou os papéis. Também no radar estava o anúncio feito perto do fim do pregão de aumento de royalties para mineração, que vai variar conforme ospreços até limite de 4 por cento, além de outras mudanças no setor. Segundo analistas, o lado positivo da medida é tirar incertezas do setor, embora a alíquota possa ser considerada alta.
- PETROBRAS PN subiu 2,64 por cento e PETROBRAS ON avançou 2,53 por cento, em linha com o movimento do petróleo no mercado internacional.
- BRADESCO PN teve valorização de 1,63 por cento ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso desses papéis em sua composição, em sessão positiva para os papéis do setor bancário como um todo. ITAÚ UNIBANCO PN teve alta de 0,24 por cento, enquanto SANTANDER UNIT avançou 1,35 por cento e BANCO DO BRASIL ON ganhou 1,65 por cento.
- FIBRIA ON caiu 2,21 por cento, revertendo a alta vista no início dos negócios, quando subiu 1,65 por cento. A produtora de celulose teve prejuízo líquido de 259 milhões de reais no segundo trimestre, ante resultado líquido positivo de 745 milhões de reais em igual período de 2016, com despesas financeiras atreladas à valorização do dólar ante o real ofuscando a receita maior decorrente da elevação dos preços da celulose.
- VIA VAREJO UNIT, que não faz parte do Ibovespa, subiu 4,82 por cento, para o maior nível de fechamento desde junho de 2015, após divulgar os números referentes ao segundo trimestre, com redução do prejuízo líquido na comparação com igual período do ano passado, diante do crescimento da receita e controle de despesas. Na máxima da sessão, os papéis avançaram 7,5 por cento.