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Bolsa avança 3,5% na semana, mas fecha agosto no vermelho

Turbulência global abalou a bolsa brasileira, que só deu sinais de retomada nos últimos dias do mês

Ibovespa: agosto foi marcado por piora na tensão global e forte volatilidade nas ações. (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: agosto foi marcado por piora na tensão global e forte volatilidade nas ações. (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 17h24.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 18h16.

Por pouco, o Ibovespa não conseguiu reverter as fortes perdas de agosto – um mês marcado por forte volatilidade, com a piora no conflito entre as maiores potências globais e receios de uma nova recessão. O principal índice da bolsa brasileira subiu 0,61% nesta sexta-feira (30) aos 101.134 pontos. Com isso, encerrou o mês em ligeira baixa de 0,66%.

Foi o segundo pior mês do ano, perdendo apenas para fevereiro, quando o indicador cedeu 1,86%. Na semana, contudo, o índice da B3 avançou 3,54%.

O desempenho de agosto teria sido pior, não fosse o avanço de 0,4% do PIB brasileiro (soma das riquezas do país) no segundo trimestre, divulgado na quinta-feira (30). Foi o dado interno mais positivo do mês, que começou positivo com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e encaminhamento ao Senado, mas escorregou com um noticiário turbulento no exterior.

Nesta sexta, foi positiva a notícia de que equipes de negociadores comerciais de China e Estados Unidos estão mantendo uma comunicação eficaz para encerrar a tensão comercial, segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês. Os dois países travaram um embate tarifário de centenas de bilhões de dólares que se intensificou em agosto.

"O finalzinho do mês foi mais positivo para as bolsas internacionais com a retórica menos beligerante de autoridades americanas e chinesas", destacou a Coinvalores, ponderando que, apesar de discursos mais amenos, tarifas de parte a parte estão marcadas para passar a valer no primeiro dia de setembro.

Para a equipe da Coinvalores, o mercado continua acompanhando o desenrolar das negociações, que deve seguir sendo o principal direcionador das bolsas no curto e médio prazos, conforme nota distribuída a clientes.

Os índices de Wall Street não tiveram direção comum nesta sexta-feira, à medida que investidores se mantiveram cautelosos antes de um final de semana prolongado no qual uma nova rodada de tarifas dos Estados Unidos sobre importações chinesas deve entrar em vigência.

Destaques do Ibovespa

A varejista Lojas Americanas figurou entre as maiores altas do Ibovespa, após o anúncio de que a companhia discute firmar uma parceria com a BR Distribuidora para lojas de conveniência. As duas empresas assinaram um memorando de entendimentos não vinculante para guiar estudos sobre a viabilidade de uma possível parceria estratégica. A ação das Lojas Americanas avançou quase 3%.

A mineradora Vale subiu 1,04%, na esteira da recuperação dos preços do minério de ferro na China, onde os contratos futuros da commodity subiram mais de 4% nesta sexta-feira, impulsionados por um movimento de reconstrução de estoques da matéria-prima siderúrgica. Na esteira, CSN subia 1,69%.

A processadora de alimentos JBS cresceu 0,65%, diante de expectativas positivas para a demanda externa devido à peste suína africana. Já a BRF caiu 1,88%, após comunicado da véspera de que Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) reduziu fatia na empresa para 9,98%. A BRF afirmou nesta sexta que avalia emissão de bônus no exterior.

Dólar tem maior alta mensal em quase 4 anos

O dólar encerrou em queda frente ao real, em dia marcado por viés positivo nos mercados externos, em meio a otimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China. A moeda fechou em baixa de 0,71%, a 4,1421 reais na venda.

Contudo, na semana teve alta acumulada de 0,43%. Em agosto, a moeda norte-americana acumulou alta de 8,50%, maior nível de encerramento mensal desde setembro de 2015.

O Morgan Stanley elevou nesta sexta-feira as projeções para o dólar ante o real para os próximos trimestres e agora vê a moeda norte-americana em 4,15 reais ao fim de setembro.

Em setembro, o BC dá sequência aos leilões em realização neste mês de agosto, quando a autoridade monetária retomou a venda direta de dólares no mercado à vista pela primeira vez em dez anos. O BC fará as operações simultâneas de ofertas de dólar spot, swap reverso e swap tradicional entre 2 e 27 de setembro.

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