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Ibovespa ensaia recuperação após sete quedas seguidas

Na visão do gestor Joaquim Kokudai, sócio da JPP Capital, a abertura mais calma das bolsas na Europa e Estados Unidos abriu espaço para recuperação local


	Bovespa: às 12:02, horário de Brasília, o Ibovespa subia 1,07 por cento, a 44.427 pontos. O volume financeiro do pregão somava 1,7 bilhão de reais
 (BLOOMBERG NEWS)

Bovespa: às 12:02, horário de Brasília, o Ibovespa subia 1,07 por cento, a 44.427 pontos. O volume financeiro do pregão somava 1,7 bilhão de reais (BLOOMBERG NEWS)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 12h50.

A Bovespa experimentava nesta terça-feira uma trégua na sequência de perdas dos últimos sete pregões, com recuo de 9,5 por cento no seu principal índice, já que Vale e Petrobras apareciam entre os principais suportes para a alta.

Às 12:02, horário de Brasília, o Ibovespa subia 1,07 por cento, a 44.427 pontos. O volume financeiro do pregão somava 1,7 bilhão de reais.

Na visão do gestor Joaquim Kokudai, sócio da JPP Capital, a abertura mais calma das bolsas na Europa e Estados Unidos abriu espaço para recuperação local. "Mas o mercado tem estado muito volátil e mesmo essa recuperação não está garantida", ponderou.

Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,4 por cento, também recuperando-se de perdas fortes na véspera, com ganhos de papéis de cuidados pessoais e reação dos papéis de matérias-primas. Na Europa, o FTSEurofirst 300 cedia 0,67 por cento, mas as ações da mineradora Glencore avançavam 16 por cento.

Do panorama doméstico, permaneciam incertezas relacionadas ao cenário político e à situação fiscal, que minam a confiança de investidores reforma ministerial e a análise dos vetos presidenciais que ainda não foram apreciados no Congresso Nacional estão no radar dos investidores.

Em nota a clientes, o Credit Suisse disse ser difícil a Bovespa se recuperar com consistência num cenário onde o custo de capital supera a rentabilidade (ROE) da maioria das empresas.

A equipe do banco observou que o múltiplo preço de ação versus lucro (P/L) da Bovespa chega perto de 10 vezes e está encostando na média histórica de cinco anos, mas pondera que "fica difícil dar total credibilidade ao múltiplo dada a grande incerteza de lucros para 2016".

Destaques

Petrobras avançava em torno de 4 por cento nas duas classes de ações, acompanhando a recuperação dos preços do petróleo no mercado externo .

A estatal informou na véspera que confirmou descoberta de petróleo leve nos reservatórios do pré-sal no terceiro poço da área de Carcará, na Bacia de Santos.

A equipe da corretora Rico aprovou a notícia, mas ponderou que em momentos como o atual acaba se tornando não tão relevante.

"Endividamento, dólar e preço do petróleo são as grandes preocupações no momento", disse em nota a clientes.

Brasdesco avançava 1,5 por cento, ajudado por comentário da equipe do Credit Suisse recomendando compra da ação e venda da ação preferencial do Itaú Unibanco, citando que o desempenho pior de Bradesco em relação a do Itaú desde janeiro é exagerado.

Na véspera, o BofA ML rebaixou a recomendação de Bradesco para "neutra", em meio a ajustes de estimativas do setor bancário com um todo, pesando nos papéis. Itaú Unibanco subia 0,5 por cento.

Vale mostrava ganho ao redor de 1,6 por cento, a despeito de nova queda nos preços do minério de ferro na China, após ter despencado mais de 7 por cento na véspera.

A empresa também divulgou na segunda-feira proposta de redução da remuneração aos acionistas de 2015 em 500 milhões de dólares, devido ao cenário incerto para os preços das commodities e o foco na preservação de seu balanço.

Analistas do BTG Pactual viram este cenário como marginalmente positivo, pois mostra a estratégia mais prudente sobre alocação de capital, conforme nota a clientes.

Gol cedia 1,4 por cento, um dia após a Moody's reduzir perspectiva de nota da companhia para negativa em sessão com dados da empresa mostrando que praticou tarifas médias superiores ao patamar do segundo trimestre de 2015 em agosto, quando reduziu a oferta no mercado doméstico e registrou recuo da demanda. Para o Itaú BBA, os números foram fracos, embora a companhia tenha elevado tarifas.

"A redução de capacidade no mercado doméstico foi positivo, e é, em nossa opinião, a única forma de aumentar as tarifas no cenário macroeconômico atual.

Gostaríamos de ver a empresa mais ativa nos cortes nos próximos meses. Acreditamos que o preço atual da ação não oferece valor convincente para compensar riscos, que estão fora do controle da diretoria", disse em relatório.

Smiles perdia 3,7 por cento, acumulando no mês perda acima de 40 por cento, com investidores seguem preocupados com potenciais efeitos na empresa de redes de fidelidade de sua controladora Gol, em razão dos riscos ao caixa da empresa aérea devido à fraqueza do cenário econômico e alta do dólar.

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