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Ibovespa depende da reconciliação da Petrobras com o mercado em 2011

Petrolífera terá desempenho decisivo para otimismo do principal índice da bolsa, diz analista

A Petrobras realizou sua capitalização em setembro (Germano Luders/EXAME)

A Petrobras realizou sua capitalização em setembro (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2010 às 05h12.

São Paulo – Outrora dona da ação mais importante do mercado brasileiro – a posição foi perdida para a Vale (VALE5) este ano – a Petrobras (PETR3, PETR4) é peça chave para a saúde do Ibovespa em 2011. É o que diz a BB Investimentos, que traça cenários bem diferentes a depender da relação dos investidores com as ações no ano que vem.

Após as instabilidades geradas pela megacapitalização operada este ano, é gigante petrolífera nacional deve recuperar força na bolsa de valores, diz Hamilton Alves, economista chefe BB Investimentos. “É uma companhia de excelentes fundamentos e deve começar a incorporar os benefícios do pré-sal e da forte alta recente do petróleo”, explica. Neste caso, o cenário apontado pela corretora para o Ibovespa em dezembro de 2011 é de 87 mil pontos.

Em caso de mais um ano de ações travadas para a estatal, a expectativa da BB Investimentos para o índice das ações mais negociadas da bolsa nacional é bem mais pessimista: o benchmark ficaria na casa dos 78 mil pontos no mesmo prazo. “Caso o mercado insista em algum motivo para punir os papéis da companhia, a força do índice será abatida”, aponta Alves.

Retomada no crescimento

Apesar de dezembro não ter reservado o aguardado rali de fim de ano, que poderia garantir maiores pontuações para o Ibovespa – que opera perto da estabilidade nesta quinta-feira (23) – Alves guarda estimativas otimistas para a bolsa nacional em janeiro. “A tendência para os negócios é positiva, principalmente diante das evidências claras de que finalmente os Estados Unidos saíram da UTI e já respira sem aparelhos e das crises externas apaziguadas”, destaca o economista.

Para Alves, há ainda outra variável importante a pautar o mercado durante o começo do ano – o iminente aumentos do juros nacional diante da aceleração recente da inflação. “O mercado deve acompanhar os movimentos do Banco Central para controlar os preços. A última ata do Copom já sinalizava mudanças mais intensas nos juros ”, destaca.

Foi em 2010, e pela primeira vez desde 2006, que a liderança do Ibovespa deixou de pertencer aos papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) e foi ocupada pelos papéis preferenciais classe A da Vale (VALE5).

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