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Ibovespa cai com tensões entre China e EUA, mas sobe quase 9% em junho

Lei de segurança nacional promulgada pelo governo chinês mantém cautela nos mercados

(Paulo Whitaker/Reuters)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 30 de junho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 30 de junho de 2020 às 18h01.

A bolsa brasileira fechou em queda, nesta terça-feira, 30, com temores de que os Estados Unidos retaliem a China pela lei de segurança nacional imposta sobre Hong Kong se sobrepondo a dados positivos da economia americana e chinesa. O Ibovespa, principal índice de ações, caiu 0,71% e encerrou em 95.055,82 pontos. No mês, o Ibovespa subiu 8,76%, impulsionado por estímulos de governos e bancos centrais e pelas reaberturas das principais economias do mundo.

Apesar de ter encerrado em queda, ao longo do dia, o índice oscilou diversas vezes entre o terreno positivo e negativo. Antes mesmo do call de fechamento, iniciado às 17h, o Ibovespa caminhava para fechar em alta. Mas a cautela acabou pesando mais nos últimos minutos de negociação.

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Na semana passada, o governo americano restringiu a entrada de autoridades chinesas responsáveis por “minar as liberdades de Hong Kong”. Em resposta, a China também restringiu vistos de americanos acusados de “conduta ofensiva” sobre temas relacionados à ex-colônia britânica.

Embora o presidente Donald Trump ainda não tenha tomado alguma atitude mais enfática sobre a lei de segurança nacional, recentemente, o tema provou reações de ambas as potências. Na semana passada, o governo americano restringiu a entrada de autoridades chinesas responsáveis por “minar as liberdades de Hong Kong”. Em resposta, a China também restringiu vistos de americanos acusados de “conduta ofensiva” sobre temas relacionados à ex-colônia britânica.

“O mercado está preocupado se isso vai ter algum impacto sobre a primeira fase do acordo comercial, firmada no início do ano”, afirmou William Teixeira, diretor de renda variável da Messem Investimentos.

Nos Estados Unidos, porém, os principais índices acionários fecharam em alta, com o S&P 500 subindo 1,54%, o Dow Jones, 0,85 e o Nasdaq, 1,87%. Por lá, o movimento de alta se firmou por volta das 12h, logo após após a Bloomberg noticiar que os casos de covid-19 no estado da Flórida se desaceleraram. Por aqui, o Ibovespa chegou a acompanhar parte da valorização, mas perdeu tração.

"Os casos diários de covid-19 na Flórida estavam aumentando. Então, o mercado estava com receio de novas medidas de lockdown, que poderiam resultar em maiores perdas na economia americana", afirmou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Os dados americanos de confiança do consumidor de junho vieram melhores que o esperado e também ajudaram a sustentar a ligeira alta nos Estados Unidos. A expectativa era de que o índice saltasse de 85,9 pontos para 91,8 pontos, mas foi para 98,1 pontos.

"O aumento da confiança mostra que a reabertura está funcionando e as pessoas voltam a consumir, acreditando em uma recuperação econômica", disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

No radar dos investidores, também esteve a taxa de desemprego brasileira, divulgada pelo IBGE, que ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio. Os números vieram em linha com as projeções de mercado, limitando os efeitos sobre o mercado.

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