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Ibovespa cai abaixo dos 72 mil pontos com temor sobre Previdência

O Ibovepa fechou com queda de 1%, a 71.971 pontos, acumulando perda de 3,4% no mês

B3: "A gente já está com uma reforma mais modesta que a inicial e mesmo essa versão está com dificuldade de aprovação", disse o gestor (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: "A gente já está com uma reforma mais modesta que a inicial e mesmo essa versão está com dificuldade de aprovação", disse o gestor (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 18h49.

São Paulo - O principal índice acionário da B3 fechou esta quinta-feira abaixo dos 72 mil pontos, encerrando novembro com forte queda, pressionado pelas incertezas em torno das negociações para a reforma da Previdência.

O Ibovepa fechou com queda de 1 por cento, a 71.971 pontos, acumulando perda de 3,4 por cento no mês. Novembro marcou o terceiro mês do ano no vermelho para o índice, sendo que os outros dois foram março e maio.

O volume financeiro era de 26,3 bilhões de reais, impulsionado pela oferta pública de aquisição (OPA) da CPFL, que movimentou 11,3 bilhões de reais, e pelo rebalanceamento do índice MSCI para o Brasil.

O noticiário menos favorável desde a véspera em torno das negociações do governo do presidente Michel Temer para aprovar a versão mais enxuta da reforma da Previdência levou o Ibovespa a acumular queda de 3,18 por cento em apenas dois pregões.

"A gente já está com uma reforma mais modesta que a inicial e mesmo essa versão está com dificuldade de aprovação", disse o gestor de recursos da Mapfre Investimentos Thiago Souza.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a proposta de reforma da Previdência está "muito longe" dos 308 votos necessários para ser aprovada na Casa, afirmando que não tem como definir uma data para votar a matéria justamente por não haver o apoio necessário para sua aprovação.

Segundo o gestor da Mapfre Investimentos, com o calendário mais apertado, o mercado aguarda alguma sinalização de que a medida tem chances de avançar, ainda que não seja concluída este ano.

"Não vai ser fácil a aprovação da reforma, especialmente porque ela deve entrar em 2018... A maior expectativa é que tenha algum avanço na Câmara este ano e se isso acontecer tem alguma chance de o Senado aprovar no começo do ano que vem", disse Souza.

A sessão teve ainda o rebalanceamento do índice global MSCI e suas subdivisões, incluindo a do Brasil, que passa a valer no fechamento desta quinta-feira. O ajuste da carteira conta com a entrada das ações do Carrefour Brasil, além da saída dos papéis da Copel, Duratex e Lojas Americanas ON.

Destaques

- CPFL ENERGIA ON caiu 16,97 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, no dia da oferta pública de aquisição (OPA) das ações pela chinesa State Grid. O prazo para definir a titularidade das ações para participar da OPA venceu na sexta-feira, reduzindo a liquidez dos papéis, uma vez que as ações negociadas esta semana ficam de fora da oferta. Segundo dados da B3, a OPA movimentou 11,3 bilhões de reais, com 408,5 milhões de ações negociadas.

- BANCO DO BRASIL ON perdeu 3,95 por cento, liderando as perdas das ações do setor bancário dentro do índice. ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,46 por cento, BRADESCO PN perdeu 0,64 por cento e SANTANDER UNIT teve baixa de 1,87 por cento.

- VALE ON recuou 1,57 por cento, cedendo ao pessimismo predominante no mercado, apesar da alta nos contratos futuros do minério de ferro na China.

- GOL PN caiu 2,84 por cento e AZUL PN teve baixa de 3,17 por cento, após o Senado rejeitar na noite da véspera o projeto que buscava limitar em 12 por cento a tributação de ICMS sobre o combustível da aviação. Segundo a equipe do Credit Suisse, se fosse aprovada, a lei poderia trazer ganhos para Gol e Latam de cerca de 100 milhões de reais por ano.

- PETROBRAS PN subiu 0,33 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 0,25 por cento, após trocar de sinal algumas vezes durante o dia, diante das incertezas sobre a reforma da Previdência, mas conseguindo se manter no azul após em dia de ganhos para os preços do petróleo no mercado internacional.

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