São Paulo - O principal índice da Bovespa anulou a alta de mais cedo e girava em torno da estabilidade nesta sexta-feira, pressionado pela queda das ações da Petrobras. O Ibovespa sustentou-se no azul após dados de emprego dos Estados Unidos mostrarem criação de empregos acima do esperado pelo mercado, alimentando a especulação de que o banco central do país começará a reduzir suas compras de ativos neste mês.

Às 13h32, o Ibovespa tinha alta 0,13 por cento, a 50.854 pontos. O volume financeiro do pregão era de 2,8 bilhões de reais.

As ações da Petrobras eram pressionadas após, na véspera, um sindicato que representa trabalhadores da unidade de refino Repar (PR), afirmar que a paralisação da refinaria poderá reduzir a produção de combustível do país em mais de 10 por cento por até um mês. Na outra ponta, BM&FBovespa recuperava-se parcialmente da queda da véspera, quando anunciou que a Receita Federal negou recurso em relação ao ágio gerado no processo de incorporação da Bovespa, que resultou em multa de 410 milhões de reais.

Energias do Brasil, que anunciou a venda de 50 por cento nas Centrais Hídricas Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão para subsidiárias controladas integralmente pela China Three Gorges, também era destaque positivo.

Os EUA criaram 203 mil novas vagas fora do setor agrícola em novembro, segundo o Departamento do Trabalho. A expectativa do mercado era de criação de 180 mil vagas. O desemprego caiu à mínima em 5 anos. Para Silvio Campos, economista da Tendências Consultoria, apenas um número de criação de empregos mais perto do esperado poderia ser visto como positivo. Se viesse abaixo, geraria preocupações sobre o ritmo de recuperação da economia norte-americana, e se viesse acima, elevaria as expectativas de que o Fed se apressaria para reduzir suas medidas de estímulo.

"(Teria que ser um) número mais perto do esperado, porque sinalizaria a continuidade do ritmo moderado de recuperação e que o Fed não precisa se apressar".