Ibovespa cai com embolso de lucros puxado por bancos
O principal índice de ações da B3 caiu 1,01 por cento, a 79.405,34 pontos, um dia após superar os 80 mil pontos pela primeira vez desde maio
Reuters
Publicado em 26 de julho de 2018 às 17h11.
Última atualização em 26 de julho de 2018 às 17h42.
São Paulo - O Ibovespa fechou em queda de 1 por cento nesta quinta-feira, com o resultado trimestral do Bradesco de modo geral dentro do esperado abrindo espaço para alguma realização de lucros principalmente no setor bancário, em sessão marcada ainda pelos balanços de Vale e Ambev.
O principal índice de ações da B3 caiu 1,01 por cento, a 79.405,34 pontos, um dia após superar os 80 mil pontos pela primeira vez desde maio. No mês, contudo, o Ibovespa ainda sobe mais de 9 por cento. O volume financeiro na bolsa nesta quinta-feira somou 11,7 bilhões de reais.
Na visão do analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech, foi um pregão sem muita referência além dos resultados corporativos, com o embolso de lucros em alguns papéis pressionando o Ibovespa para baixo, e o declínio dos papéis do Bradesco chamando mais a atenção.
"Com o dia sem grandes referências, estou vendo mais realização de algumas ações que estão puxando o Ibovespa para baixo", afirmou.
O panorama eleitoral não trouxe novidades relevantes, destacando apenas a formalização do apoio do chamado blocão --formado por PP, DEM, PR, PRB e SD-- ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin , mas sem uma definição do nome que vai compor a chapa como candidato a vice.
Wall Street encerrou sem viés único, com a queda nas ações de tecnologia na esteira do tombo dos papéis do Facebook pesando no Nasdaq e no S&P 500, enquanto o Dow Jones subiu com algum alívio na disputa comercial entre Estados Unidos e União Europeia.
Destaques
- BRADESCO PN caiu 2,55 por cento, após alta de mais de 3 por cento nos últimos dois pregões, mesmo diante da elevação de quase 10 por cento no lucro no segundo trimestre, apoiada na melhora no resultado de seguros e em menores despesas com provisões para calotes, uma vez que o desempenho da tesouraria não animou. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,58 por cento. No mês, contudo, os papéis acumulam elevação acima de 14 por cento cada.
- VALE avançou 1,99 por cento, tendo no radar balanço do segundo trimestre, com Ebitda ajustado de 14,187 bilhões de reais, além de anúncio de recompra de 1 bilhão de reais em ações e aprovação pelo conselho de administração de pagamento ao acionista de 7,694 bilhões de reais. BRADESPAR PN , que concentra seus investimentos em Vale, subiu 2,05 por cento.
- AMBEV valorizou-se 5,24 por cento, liderando as altas do Ibovespa, após divulgar lucro líquido ajustado de 2,35 bilhões de reais entre abril e junho, alta de 9,7 por cento ante mesmo período de 2017, puxado por aumento de dois dígitos na receita líquida, com maiores vendas de cerveja durante a Copa do Mundo.
- EQUATORIAL ENERGIA subiu 3,29 por cento, após a elétrica arrematar a Cepisa, distribuidora de eletricidade da Eletrobras, responsável pelo fornecimento no Piauí, em leilão de privatização realizado nesta quinta-feira.
- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON caíram 5,75 e 5,97 por cento, respectivamente, na ponta negativa do Ibovespa, tendo no radar o leilão privatização da Cepisa, sem competição.
- EDP Energias do Brasil recuou 5,14 por cento, após divulgar lucro líquido de 227,7 milhões de reais, alta de 60,3 por cento ante o mesmo período do ano passado.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON cederam 2,76 e 2,52 por cento, respectivamente, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado externo.
- CARREFOUR BRASIL, que não está no Ibovespa, subiu 3,25 por cento, depois de anunciar lucro líquido de 440 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 47 por cento ano a ano, em um desempenho apoiado na expansão das vendas da rede Atacadão e nos efeitos causados pela queda da dívida do grupo e dos juros da economia.
- PARANAPANEMA, que também não faz parte do índice, recuou 7,04 por cento, em meio a uma nova fase da operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), deflagrada nesta quinta-feira, e que tem a mineradora entre os alvos.